O jovem na foto logo acima já não é mais jovem. Em 1991, quando tinha 25 anos, ele estuprou e assassinou Jessica Bergsten. O corpo foi encontrado semanas após o crime, ele confessou e foi condenado a 31 anos de prisão. Na época, falou-se até em pena de morte. Segundo o nosso querido Wikipedia, esse ano (2009) ele terá direito a sua liberdade condicional.
Mas, por que estou falando disso aqui?
Acontece que o assassino em questão é Mark Gator Rogowski, um ícone do Skate dos anos oitenta. Ao lado de nomes como Tony Hawk, Christian Hosoi, Steve Caballero e Lance Mountain, Gator contribuiu para a popularização do skate vertical, levando o carrinho para muito além das fronteiras da Califórnia. Carismático, transformou-se numa mina de ouro para a Vision, uma das grandes marcas do mercado norteamericano da época. A marca explorou sua imagem ao máximo, elevando o skatista ao status de "rock star".
No começo dos anos 90, com o boom do street skate e a nova configuração do mercado, o vert perdeu espaço. E Gator perdeu o rumo...
A vida glamourosa, o assédio, as capas de revista, tudo isso virou poeira da noite pro dia. NADA disso serve como desculpa, e nem tenho a pretensão de especular qual o impacto do ostracismo na atrocidade que ele cometeu, estou apenas pontuando os fatos.
E o fato maior, que mudou sua vida e a de muitas outras pessoas, é que em 21 de março de 1991 ele estuprou e assassinou uma jovem.
Mas hoje, outro fato é colocado em pauta: Gator pode ser libertado esse ano. O excelente documentário "Stoked: the rise and fall of Gator" termina com ele dizendo que nunca mais vai ferir alguém. Porém, logo após sua prisão, ele foi diagnosticado com distúrbio bipolar. Dá pra confiar em alguém bipolar que já cometeu assassinato? E, no outro extremo, dá pra simplesmente negar sua existência? Fingir que não quer dizer nada o fato que uma lenda-viva do Skate pode voltar ao convívio societário em breve?
Como o mundo do Skate vai lidar com a possível liberdade condicional de Mark Gator Rogowski: com festa, com medo ou com desdém?
Eu não tenho essa resposta. Mas não tenho vergonha de fazer a pergunta.