quinta-feira, 26 de julho de 2012

DIOMEDES - A TRILOGIA DO ACIDENTE




A crise deve fazer parte da vida de 10 entre 10 cartunistas. Principalmente quando essa profissão se depara com resposabilidades de pai de família (pagamento de contas e criação de filhos). Tem também aquela eterna interrogação: “por quê, pra quem qual a razão que faço isso?” Jamais, em hipótese alguma, Lourenço Mutarelli estaria for a desse grupo.


E isso é muito fácil de perceber em suas publicações clássicas, como Natimorto, Eu te amo Lucimar, entre outros. Diomedes - A Trilogia do Acidente nasceu no meio de uma dessas crises: estava muito tempo sem fazer quadrinhos e sua produção estava direcionada para o mercado comercial, quando Douglas Quinta Reis, da Devir, sugeriu que produzisse suas histórias em momentos de folga, ou seja, encarar seus quadrinhos como hobby. Foi aí que passou noites em claro (depois de colocar o filho para dormir) produzindo essa trilogia (que, na verdade, saiu em quatro volumes originalmente pela Devir) que a Quadrinhos na Cia. acabou de relançar em um álbum único, luxuoso e definitivo.

O personagem foi inspirado em seu pai, um delegado de polícia, que levava parte do trabalho de perícia para casa, que o filho sempre dava uma espiada. Diomedes é um delegado aposentado que se aventura agora como detetive particular, porém, frustrado em nunca ter resolvido um caso sequer, acaba tendo uma vida meia-boca que faz com que sua mulher (e única paixão – embora nunca desperdiçasse uma profissional do sexo) o abandonasse. Além da desgraça profissional, a mulher desistiu do marido por nunca ter um sofá de três lugares.



Na primeira parte da história, o detetive é contratado para encontrar o mágico Enigmo. E é aí que começa as aventuras do nosso herói, que se dá mal na maioria das situações e apanha feito um saco de pancadas. Acaba se envolvendo com um sujeito que quer realizar um sonho e que roubou uma bolada de seu cunhado e, claro, estava sendo perseguido.

No segundo caso é convocado a descobrir o serial killer que tem o hábito de envenenar casais que topam um ménage a trois. O poeta Glauco Mattoso é envolvido na trama, tanto com seus sonetos, como dando conselhos ao detetive. Dessa vez ele se envolve com um policial pilantra que quer usá-lo para se promover. Porém, consegue conquistar um grande amigo que seria seu parceiro até o final da saga: o policial homossexual Waldir.

E na última parte é “promovido” a detetive intercontinental pelo advogado Dr. Gouveia (que tenho quase certeza que foi baseado no Gualberto Costa da Livraria HQ Mix - foto ao lado), que o indica para uma ricaça que não tem notícias de seu marido que foi para Lisboa e desapareceu. Lógico que ele se mete em um monte de roubadas, se envolvendo com uma seita que guarda um grandioso segredo, que Diomedes acaba decifrando com a ajuda de Zigmundo Muzzarella, que é, na verdade, o próprio Lourenço.

A aventura tem um ritmo muito bom, que segura o leitor de uma forma que dá aquela vontade louca de saber o desfecho dos casos e até, de alguma forma, ajudar a decifrar os mistérios. As mais de 430 páginas passam muito rápido.

 
O trabalho de Mutarelli é peculiar, pois é cheio de códigos, sutilezas e referências muito bem sacadas. Como colocar referências a lojas que já não existem, como Mappim, Casas Buri e fazer paródias com nomes de empresas que ainda existem como Editora Porvir (Devir). Nas falas do ex-adestrador de leões Lorenzo, a situação é tão tensa, que os balões com as falas saem de dentro da cabeça do personagem, dando uma dramaticidade muito perturbadora para a cena.

Também faz algumas homenagens, como na perseguição no primeiro capítulo quando os detetives Dupont e Dupont, junto com Tin Tin, aparecem na cena. Também nas pixações (Angeli, Adão Iturrusgarai) e quando o detetive vai a uma feira de histórias em quadrinhos na cidade de Amadora, onde ele esbanja as homenagens a inúmeros cartunistas que são listados no final do livro.


As piadinhas sarcásticas (também influência do pai de Mutarelli) são um destaque à parte, pois são de uma sutileza corrosiva que é capaz de arrancar gargalhadas, junto com as explicações que dá a Waldir quando tem que contar alguma história ao parceiro pouco paciente.

O bônus da publicação é a parte frustrante, principalmente pelo fato de ter uma chamada na capa com “Arquivo de esboços e tiras” que se resumem nada mais a 12 páginas de tiras e alguns esboços. Faltou mais. Muito mais, considerando a importância da publicação.



É um livro que tirar o fôlego e que mostra um Mutarelli completo, mostrando vários lados desse que é um dos mais importantes cartunistas brasileiro de todos os tempos.


LANÇAMENTO DO ZINE FALAFEL EM SP



Sábado agora haverá o lançamento em São Paulo do Zine carioca FALAFEL # 1 e meio. Recebi há alguns meses a primeira edição deste zine que é voltado às artes gráficas com ênfase no desenho. Neste primeiro número estão presentes três artistas: Lara Miranda, Mariana Moysés (zine Querido Amigo) e Eng Gee Fan.



Nesta edição, além dos desenhos, há pequenas entrevistas com os autores que ajudam a entender o universo de cada um e ter uma visão mais abrangente sobre seus trabalhos.

Uma grande sacada deste zine é a publicação das entrevistas em português e inglês ampliando as possibilidades de alcance do Falafel.

Uma das idéias do zine, segundo os editores Elvis Almeida e Mariana, é a de publicar além dos números inteiros, outros intermediários com numeração “fraccionada” como este que será lançado sábado (número 1 e meio lembra?) que serão mais voltados às imagens, com a presença de mais artistas e uma liberdade maior com relação à formatos, diagramação, papéis e etc.

O FALAFEL # 1 e ½ será lançado nesta sábado em São Paulo em um evento na galeria Choque Cultural, na ocasião haverá um debate sobre “a persistência das mídias impressas num mundo de redes virtuais” e a venda de materiais do Coletivo Gráfico e da Kovok Crew.

Serviço:

Lançamento do zine Falafel # 1 e ½
Sábado - dia 28/07/2012 – 15:00 horas
Choque Cultural – Rua João Moura 997 – São Paulo - SP

quarta-feira, 25 de julho de 2012

SOBRE CAMISETAS DE BANDAS

Em 2011, participei de uma matéria no blog da Ideal Shop sobre camisetas de bandas. Logo abaixo seguem minhas respostas, e clicando aqui você vê a matéria completa, com as escolhas de figuras como Mozine (Mukeka di Rato), Juninho (RDP) e Alex Vieira (Revista Prego), dentre outros.

Ideal: No seu armário qual é a sua camiseta de banda favorita?
Viegas: Fun People. Não sei se é exatamente a favorita, mas é uma raridade. Comprei na primeira vez que eles vieram pro Brasil, se não me engano em 97.

Ideal: Qual foi sua primeira camiseta de Banda?
Viegas: Bad Religion.

Ideal: Qual banda você não vestiria por nada nessa vida?
Viegas: Korn.

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terça-feira, 24 de julho de 2012

CLIPE NOVO DO MUKEKA DI RATO

Prepare seu estômago para assistir o novo e sensacional clipe do Mukeka di Rato. Já nasce clássico.



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segunda-feira, 23 de julho de 2012

SEBADOH NOVO

Novo EP do Sebadoh. Sem mais por hoje.

Aproveite, logo abaixo:



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terça-feira, 17 de julho de 2012

TODA RÊ BORDOSA




A maioria dos jovens que hoje está beirando os quarenta anos já teve contato com o trabalho de Angeli.

No meu caso, foi assim: na minha pré-adolescência um dia achei no lixo uma edição da Mad e tinha certeza de que era a melhor coisa que existia no mundo. Coincidiu que logo depois passei a trabalhar como office-boy e virei freguês de sebos comprando edições antigas e fiel todos os meses nas bancas de jornais.

Não sei como nem porquê caiu em minhas mãos uma edição da Chiclete com Banana. E logo de cara, já notei a sua diferença para com a Mad: um monte de personagens pelados, falando palavrões (sem frescuras) e todos os desenhistas brasileiros. Uau! Era tudo que eu precisava no auge dos meus 13, 14 anos!

Mas, pensando friamente depois de anos, talvez o que tenha me chamado mais a atenção foi o clima escuro das HQs e o retrato da cidade de São Paulo, geralmente presente no trabalho do Angeli, Marcatti e Luiz Gê. Afinal, era fácil me identificar: eu trabalhava nas ruas e conhecia a maioria dos cenários retratados nas histórias sujas desses autores. Então lá estava eu novamente nos sebos completando minha coleção da Chiclete. E essa revista ainda me apresentou outras maravilhas como Piratas do Tietê, Níquel Náusea, Circo, Animal, Geraldão... Ah,  com tudo isso, quem precisava da Mad? Aos poucos, fui botando adiante todas as revistas com a cara de Alfred E. Newman.

Cheguei a completar a coleção da Chiclete, juntei muitas das outras, fiquei emocionado quando vi o Bob Cuspe no lendário Painel do Anhangabaú (para quem não sabe do que se trata, era um painel de led que ficava em um dos prédios no Vale do Anhangabaú, centro de SP, próximo ao Edifício Martinelli), e passei a copiar os desenhos da maioria dos cartunistas que faziam parte dessas revistas. Cheguei até ganhar um concurso no programa CEP MTV, com uma releitura do personagem punk. Enfim, era um grande fã desse povo todo.

Mas a gente cresce e as coisas vão sumindo misteriosamente de nossas vidas. Não foi diferente com as minhas revistas: vinha um, pegava emprestado e nunca mais devolvia. Uma enchente em casa levou mais uma parte e nas arrumações sempre aparecia uma destruída ou mesmo detonada por ratos (roídas ou mijadas).

O fato mais marcante foi uma vez que emprestei toda (eu disse toda!) a minha coleção da Chiclete para um carinha que trabalhava comigo (assim como umas demo-tapes de bandas de punk rock argentinas). Dei todas as recomendações possíveis, e era certo que ele não iria dar mancada! Não iria mesmo se dias depois ele estava sendo procurado pela polícia por não pagar pensão para a filha que tinha com uma ex-namorada. Enfim, o cara nunca mais apareceu. Tampouco a minha suada coleção de revistas...

Mas por que estou contando toda essa história? É para mostrar o quanto minha vida foi influenciada pelos personagens de Angeli. E, por isso, toda vez que sai alguma coisa relacionada aos seus personagens fico muito animado!

Não posso esconder que meu personagem favorito da família Angeli é o Bob Cuspe, afinal, ele curtia o mesmo som que eu, pensávamos relativamente parecido e, enfim, ele era o cara! Mas também curtia muito as aventuras dos terríveis Os Escrotinhos, tinha uma atração fatal pela endemoniada Mara Tara, era cheio de vontade de socar o Walter Ego, me diverti com as furadas em que Bibelô se metia em suas tentativas frustradas de conquistar as mulheres... Mas a heroína de todos os tempos era mesmo a diva aos avessos, Rê Bordosa.

Rê era uma típica mulher paulistana que optou em ser solteira e se entregar de corpo, alma e copo para a humanidade, independente de cor, tamanho, etnia, classe social, gênero etc. etc. O lance dela era chutar o balde da vidinha simples e do destino pré-determinado pela sociedade (nascer, casar, parir e morrer gorda). Observando com mais atenção, a Rê era uma extensão do Angeli que passou (ou ainda passa) pelas mesmas crises existenciais que a sua cria.

E ela foi um carma na vida do criador. Tanto que na época em que produzia a tira tanto para a Chiclete, quanto para a Folha de S. Paulo, ameaçou várias vezes dar um fim na "Mulher Esponja". Principalmente quando aparecia em cena em suas crises. Ela merecia morrer. Não, merecia morrer duas vezes! E essas foram as saídas para Angeli se livrar de Rê Bordosa.



Pronto. Acabou. Não. Não acabou. Isso não poderia ficar assim. E foi assim que pensou Cesar Cabral quando lançou o incrível Dossiê Rê Bordosa, um filme feito em stop motion, que ganhou um monte de prêmios em festivais de cinema Brasil afora.

Nesse filme, algumas pessoas próximas de Angeli (como o editor Toninho Mendes, o cartunista Laerte, a ex-esposa de Angeli) e de Rê Bordosa (Bibelô, Bob Cuspe) dão testemunhos sobre a morte da porraloca. Inclui cenas de sadismo do criador na criatura.

Parte dos personagens desse filme foram apresentados na exposição Ocupação Angeli, que ficou em cartaz no Itaú Cultural, em São Paulo. Essa mostra exibiu muitos materiais incríveis do cartunista. Perdeu feio quem não foi.


Pronto. Acabou. Também não.

Parodiando a publicação do cartunista argentino Quino, que lançou Toda Mafalda, a Cia. das Letras (pelo selo Quadrinhos na Cia.) acabou de lançar Toda Rê Bordosa. E não foi no tradicional papel jornal da Chiclete: veio em uma edição luxuosa, com uma capa feita de forma pouco convencional, com mais de 200 páginas. Como o próprio nome sugere, estão compiladas nesse livro todas as HQs da puta velha, publicadas em diversos veículos em formas de tiras e histórias longas. É uma verdadeira festa do cabide!

Embora as histórias mais antigas sejam muito engraçadas e nos transporte lá pro final dos anos de 1980, acredito que o auge do livro esteja na série "Memórias de uma Porraloca", de 1996. Nesse capítulo, Angeli é surpreendido com um incêndio em seu estúdio causado pelo diário da morta, no qual conta mais trechos de mais roubadas que se meteu por tocar essa vida leviana.

O senão para esse lançamento fica pelo material da capa que se enverga conforme você vai lendo, ficando deformado. Uma pena uma editora do porte da Cia. das Letras não ter feito uns testezinhos básicos para resolver essa questão. Mas ganha um desconto, afinal, quer coisa mais torta que a vida de Rê Bordosa?

Esse é um lançamento que não sei se a molecada de hoje curtirá ou entenderá a sua essência, afinal, nesse mundo de hoje acontece tanta coisa que, talvez, a vida de Rê não seja algo tão chocante assim pra juventude. Mas certamente vai agradar muito os quase (ou já) quarentões que um dia já sonharam em dividir uma banheira com essa musa do anti-tudo (tirando bebidas, drogas e sexo, claro!).

Pronto. Acabou agora? Humm... Prefiro não arriscar. Mas uma coisa é certa: com esse lançamento, a nossa heroína, enfim, descansa em paz!



KATHLEEN HANNA FALA DE ZINES E BLOGS

Kathleen Hanna, além da conhecida produção musical (Bikini Kill, Le Tigre) e da sempre firme postura (e atuação) feminista, também canalizou seu talento e criatividade para o fanzinato. Nesse vídeo ela dá uma ideia bem legal sobre as semelhanças e diferenças entre o zine de papel e o blog. Vale a pena praticar o inglês pra conferir o que ela tem a dizer...



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segunda-feira, 16 de julho de 2012

HESH ONE: DO SKATE ROCK PARA AS ARTES GRÁFICAS

Quem passa pela famosa Paradise Avenue (Las Vegas) pode ver enormes outdoors do Hard Rock Hotel & Casino, anunciando suas atrações. De Black Crowes a Duran Duran, passando por Morrissey, White Stripes e Ringo Starr, todos desenvolvidos por Hesh One, um artista gráfico de San Diego, CA.

Música e artes gráficas sempre foram as duas grandes paixões desse afro-americano de 36 anos que insiste em não revelar seu nome de batismo. Entre 1988 e 1992 ele tocou baixo no Sub Society, banda de skate rock cultuada por skatistas do mundo todo. Seu trabalho como artista gráfico já engatinhava nessa época, e ele usava a banda como laboratório, elaborando o projeto gráfico das demo-tapes e vinis que o Sub Society lançava.


Seu trabalho evoluiu e ele deu um salto: das capinhas de fita para flyers, cartazes, posters e até outdoors, sempre relacionados a promoção/divulgação de bandas. A renomada casa de shows House of Blues de San Diego e o já citado Hard Rock de Las Vegas são seus dois principais clientes. Mas o mundo conheceu de fato seu trabalho quando, em 2004, ele assinou o material gráfico da turnê mundial do disco American Idiot, do Green Day.

Apesar da influência nítida da pop art, ele conseguiu desenvolver um estilo único, minimalista, simples e de fácil identificação. “Estou trabalhando para definir meu próprio estilo, e espero que alguém, em algum lugar, perceba isso”, diz Hesh. Graças a superexposição do seu talento, ele pode afirmar: “Desde que minha arte começou a ser distribuída por todo o país (EUA) e passou a ser vista por milhares de pessoas, eu tenho certeza que influenciei pelo menos uma pessoa de uma maneira ou de outra”.


Tão vasta quanto seu portifólio, sua produção musical navega pelo hip-hop, acid jazz, dub, reggae, com direito a temas instrumentais, elementos eletrônicos e até hard rock (na sua banda pós-Sub Society, chamada Whack!). A boa notícia é que o homem multimídia é - além disso tudo - um entusiasta da internet. Seu website traz amostras de seus trabalhos gráficos e a discografia completa do rapaz para download, desde as jóias raras e cobiçadas do Sub Society até seus trabalhos mais recentes, como o Pimp Cup (2005), que tem um remix bem bacana de "Root Down" dos Beastie Boys.

[matéria publicada originalmente na extinta Revista MTV, em meados dos anos 2000]

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sexta-feira, 13 de julho de 2012

DIA DO ROCK, BEBÊ

Nossa homenagem...



CT rules!

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YUGOSLAVOS - LANÇAMENTO DO EP

Nesta quinta foi lançado oficialmente e disponibilizado na internet o primeiro EP dos sorocabanos YUGOSLAVOS, sob o nome de "They are bad, ugly and they are here". O clipe da faixa "No handcuff" estreiou nos links da banda faz poucas semanas e já rendeu mais 2 mil visualizações, isto no mesmo dia em que a banda fez o show de pré-lançamento no Asteroid Bar (Sorocaba), lotado.





O Yugoslavos segue ativo na geração de conteúdo: o EP “They are bad, ugly and they are here”, que rendeu o divertido clipe da faixa "No Handcuff", traz um single produzido pelo ex-integrante da extinta banda Wry e hoje um dos donos do renomado Asteroid Entretenimento, Mario Bross. E logo mais tem vídeo novo da banda no ar...


Para contato com a banda:
Murilo Carvalho: 15 9167-1143| yugoslavos@gmail.com

quinta-feira, 12 de julho de 2012

BANDA NOVA DO CESINHA (EX-HATEEN)

O músico paulistano Cesinha Santisteban, ex-Hateen, está com banda nova, chamada Drivebox. Rock alternativo em inglês, bem fiel à tradição sonora do Cesinha. A banda acaba de lançar um webclipe para a música "Superworld" (assista logo abaixo) e está em estúdio gravando seu primeiro EP. A curiosidade reside na formação da banda: o jovem - beeeem jovem - guitarrista de 13 anos é Caio Santisteban, filho do Cesinha. Perguntado sobre a sensação de tocar com o filho, Cesinha respondeu: "É demais cara, orgulho a milhão, ainda mais que foi ele que tirou as músicas e insistiu pra tocar. Tive que brigar com a mãe dele, ele brigou também, mas no fim tudo deu certo. É muito, muito bom, a sensação é única". Além do pai (baixo e voz) e do filho guitarrista, completam a banda Daniel Cassola na bateria e Skeeter Valentino na outra guitarra.



Aos desavisados: Cesinha fez parte da formação original do Hateen, na época trio (ele, Japinha e Koala), que gravou a clássica demo Blind Youth, o primeiro CD da banda e também (já como quarteto) o Dear Life..., considerado por muitos o melhor álbum do Hateen. Desse disco, Cesinha é autor de músicas como "fake fate", "about to blow" e "still don´t know", e co-autor de outras tantas, como por exemplo de "404 not found" e "mr. oldman".

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sexta-feira, 6 de julho de 2012

93 FOUNDATION - EP #2


Segundo ato do 93 FOUNDATION. Um ano e oito meses depois da empreitada inaugural, aqui está mais um EPzinho virtual que, seguindo a receita do EP #1, traz dois covers. Sim, há planos de composições próprias no futuro, mas por enquanto vamos nos divertindo e testando com músicas dos outros...

Especulamos (eu, Marcelo Viegas, e meu comparsa Edu Zambetti) um bocadinho antes de definirmos os dois sons. Falou-se em Smiths, em Morrissey, em Lee Ranaldo, etc. Mas a primeira escolha foi Lemonheads. “Tenderfoot”, que faz parte do clássico Car Button Cloth (1996). Na verdade-verdadeira, esse som não é exatamente do Lemonheads, mas sim de uma obscura banda chamada Smudge. Até onde sei, um dos membros dessa banda, um tal de Tom Morgan, compôs algumas músicas para a banda de Evan Dando (como por exemplo “The Outdoor Type”, do mesmo disco), e também é co-autor de algumas letras, como “It’s A Shame About Ray”. Apesar da não-autoria, “Tenderfoot” ficou conhecida mesmo graças ao Lemonheads. Grande canção, sempre curti a sua melodia, e foi muito legal a sensação de gravá-la.

Contando com o bom gosto dos ouvintes/amigos, o Lado B não foi uma escolha do 93 FOUNDATION, mas sim sugestão de um brother, Daniel Justi. Foi ele que me disse uma vez: “Cara, por que vocês não gravam a ‘Why Do We’ do Samiam? Ela tem a cara do 93...” Apesar de gostarmos muito de Samiam, creio que nunca nos ocorreria de gravar esse som em especial. Por isso é bom confiar na opinião de quem está de fora: apesar da dificuldade pra cantar a parte gritada, foi uma experiência bem interessante e o Zambetti mostrou a categoria costumeira pra deixar o som lindão, tanto na parte mais “suave” quanto na intensidade do refrão. “Why Do We” é a faixa que encerra o álbum Astray (2000), na minha opinião o melhor disco da banda de Berkeley, Califórnia.

Pra fechar, os tradicionais agradecimentos: a foto de divulgação do EP #2 foi clicada por Elaine Kuntz, no dia (e na sala) em que apertamos o rec para registrar as vozes. Apesar das limitações, optamos por utilizar softwares livres (studio one free e krystal) e plugins vintage free para esta segunda gravação do 93F. O desenho da capa é uma cortesia cabulosa do nosso amigo Flávio Grão, que deixou essa ilustração comigo na época do primeiro lançamento. O Logo e a direção de arte levam assinatura do Guilherme Theodoro, que trabalha comigo na CemporcentoSKATE. Agradecemos à essas pessoas por contribuírem com seu tempo e talento, enriquecendo esse projeto. Thanx!

BAIXE AQUI O EP #2 DO 93 FOUNDATION!






SOBRE O 93 FOUNDATION


O 93 FOUNDATION não é exatamente uma banda, mas pode ser também - eventualmente e se quisermos - uma banda. É um projeto entre dois amigos que se conhecem há 17 anos, que possuem muitas afinidades musicais e cresceram impregnados pelo espírito do faça você mesmo. Ou seja, o negócio é realizar. Mão na massa.

Além disso, o 93 FOUNDATION é também um post musical. Explico: um post não precisa ser necessariamente um texto, um vídeo, um desenho ou uma resenha. Quem disse que precisa ser “só isso”? Tal regra não existe. Então, vamos explorar, abrir o leque. Aceite esse pacote zipado como um post do Zinismo, com a diferença de tratar-se de um post musical, um post tocado.

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terça-feira, 3 de julho de 2012

NOVO CLIPE DA LURDEZ DA LUZ

"Levante" é o novo clipe da MC Lurdez da Luz. Aliando uma música legal com uma fotografia cabulosa, o resultado é dos mais positivos. Assista logo abaixo:



Aproveitando a postagem, relembro um trecho da entrevista que fiz com a Lurdez para a revista CemporcentoSKATE, edição 149, em 2010.

Viegas: Você viveu a cena alternativa dos anos 90, mais ligada ao hardcore/punk/guitar do que propriamente ao rap. Assim, conhece as duas cenas. Onde existe mais machismo, no punk ou no rap?

Lurdez: Na verdade minha ligação é com a música, principalmente essa feita nas ruas, sem experiência acadêmica. Minha identificação foi direta com essas duas expressões que considero, quando bem feitas e autênticas, expressões artísticas e não exatamente como cenas. Mas é inevitável você ter contato com as pessoas que fazem esse som, com os eventos enfim...

No rap é mais explícito o tal do machismo, mas sei lá, no samba o machismo é de um jeito, no forró, coco, no afoxé, enfim, acho que é só o machismo da sociedade em geral como se trata de uma cultura que vem do povo. O rap estava bem mais preocupado com questão racial, em levantar a estima do povo preto. O punk vinha questionando os valores sociais, tinha um lance que eu curtia que era pregar relações igualitárias, lembro que nem pensava se isso é coisa de mulher ou não... Mas enfim, na cena hip hop atual ou de black music, que acho mais apropriado que de hip hop, não sobrou muito, tem muitas mulheres que ganham tanto quanto os caras fazendo o discurso igual, tipo respondendo a altura. “Eu tenho meu carro, cola aí me faz gozar e sai fora, eu compro minhas jóias...” É um caminho, mas não é o meu. Assim como no funk carioca tem um monte de mc´s mulheres e todas estão dançando que nem "cachorra" porque querem...

Ser musa, ser a gostosa, acho que faz parte da natureza mesmo de um monte de mina, o foda é o lance dinheirista do rap, “tenho esse Lexus e essa bunduda”, disso eu não gosto. Mas aqui no Brasil, como rola menos grana, eu acho que é outro tipo de babilônia. E sei que o mais pimp, o mais gangsta, sofre por amor também! (risos)


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segunda-feira, 2 de julho de 2012

OS 6 PRIMEIROS MENOS DE $20

Ricardo Viola, figura lendária do underground paulistano e - por que não? - brasileiro, ex-baterista de bandas como ästerdon e Marshmallow Pies, ex-barman do Cais, também mostra habilidade e talento no campo culinário. Formado pelo Senac, Viola é chef de cozinha e proprietário do primeiro (e talvez único) empreendimento de comida mexicana de rua no Brasil, o Tchicano Ai Ai Ai. Com seu jeito despojado e bonachão, Mr. Violência dá dicas rápidas e baratas no programa MENOS DE $20. Assista os 6 primeiros episódios:













Bon appétit!

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