segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

VIVA VIVA

Será lançado esse ano o filme VIVA VIVA, retratando o Punk na cidade de São Paulo. Um projeto de Carolina Pfister (sim, a Carol do No Class de Campinas!), foi filmado em SP entre 2003 e 2005, depois engavetado e agora finalmente está em fase de finalização.

Veja o teaser:

Viva Viva - Teaser - Português from Carolina Pfister on Vimeo.



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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O BLUES DE CRUMB



Não é sempre que ouço blues. Quando isso acontece, algumas imagens aparecem automaticamente na minha cabeça. Uma é de uma estrada de terra no meio do nada, ao sol do meio-dia e um negro de calça jeans, camisa xadrez, suspensórios e chapéu, sentado em um baquinho, tocando um violão e cantando para o horizonte. Às vezes também me aparece na imaginação um quarto alugado, com paredes de madeira com um inquilino tocando sozinho, enquanto o sono não vem.

O que é claro em ambos os casos, é a solidão. Blues, para mim, é estar só, pensando na vida, no seu mundo. E lendo o livro Blues de Robert Crumb, pude constatar que não estou tão errado assim.

O famoso criador de Fritz, The Cat é um ardoroso, e até radical, fã de blues, chegando ao ponto de ter sua própria banda, onde toca banjo. Tornou-se colecionador e possui uma das coleções mais completas do estilo. E parte dela foi adquirida de uma forma inimaginável para os dias atuais: o cara ia de porta em porta em bairros negros em busca de raridades que adquiria quase que de graça. Foi numa dessas que descobriu o trabalho de Charley Patton, disco do qual lucrou mais de 1000% do valor pago e mais alguns vinis.



E é justamente com a história de Patton que Crumb abre o seu livro. E a história de um bluesman acaba quase sempre sendo a de todos os bluesmen: o cara tem família, sua mulher toma conta de todos os filhos, arruma a casa e o quintal e ainda tem que trabalhar fora para colocar comida dentro de casa.

Enquanto isso, nosso herói continua com o seu violão, em seu universo particular. Não demora muito para ser tocado fora de casa ou ele mesmo seguir o seu caminho, depois de muita discussão e até uns bofetes de ambos os lados. Alguma semelhança com os sambistas da Lapa carioca da década de 1950?

Penso que, assim como o samba carioca, o blues não seria como é sem essa dinâmica particular do bluesman, ou seja, um cara desprendido de compromissos sociais e familiares, livre para tocar e curtir a boemia e compondo joias raras.

Tendo esse conhecimento básico do blues, é possível entender porque o rock é visto até hoje como rebelde e o motivo pelo qual os mais conservadores torcem o bico para ele. Afinal, na época que surgiu o ritmo pai do rock, quem não era cristão, era marginal e, se fosse músico então, a imagem piorava consideravelmente. E ainda tinha aquela lenda do “pacto com o diabo” que os grandes bluesmen faziam para tocar bem, que alimentava o repúdio a esses artistas.

Musicalmente, Crumb é um conservador. Para ele, o som puro mesmo é o que descreve nesse livro, fazendo questão de deixar bem claro em “Onde foi parar toda aquela magnífica música de nossos avós?” e em “Por que será que ver pessoas agitando e requebrando é tão repugnante para mim??” Imagino como ele deva estar mais revoltado ainda com as maravilhas proporcionadas pela indústria fonográfica atual...

Esse livro serve perfeitamente como uma introdução básica ao blues, pois ele sugere que se pesquise mais sobre o assunto. Ler essa publicação com uma boa trilha sonora (blues, of course!) eleva a viagem, ainda mais pelo fato de que cada nome citado por Crumb desperta uma vontade medonha de buscar o disco na internet, o que é algo muito saudável, eu garanto.

Importante ressaltar que esse livro é muito mais que uma introdução ao mundo do blues, é, principalmente, uma declaração de amor a um dos estilos musicais mais puros e responsável por muita coisa que ouvimos hoje.
Boa ou ruim.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

TRALHA = ARTE DE FLYERS E POSTERS DO UNDERGROUND BRAZUCA






Daniel Hogrefe é um artista e designer gráfico nômade. Embora estabelecido agora na cidade de São Paulo, nasceu em Blumenau (SC), mas já morou por Itajaí (SC), em Mogi das Cruzes (SP), e recentemente passou uma boa temporada em em Maceió (AL) onde vivenciou ativamente a cultura do punk e hardcore e colaborou com o excelente blog Sirva-se.

Uma das novas empreitada do Daniel é o tumblr Muita Tralha, que divulga artes de flyers e Cartazes de shows do Underground Brasileiro.

O zinismo conversou com ele a respeito desse projeto e também sobre o zine que está em fase de produção sobre a arte proibida dos cartazes (pelo menos para os infelizes moradores de São Paulo com a lei Cidade Limpa):

"Eu sempre fui de guardar flyer e cartaz de show em casa, não foi meu primeiro contato com arte, mas eu pirava muito, sempre dei valor, mas eu ficava com tudo isso lá guardado, ai não sei onde foi que eu li sobre uma exposição de flyer e cartaz de show que o Farofa organizou em Santos muito tempo atrás e fiquei pensando que seria do caralho fazer algo assim em Maceió, mas acabou nunca rolando algo. De uns tempos pra cá surgiu a ideia de fazer um zine com esse material, que ta em produção e deve sair logo menos, no começo ia usar só os que eu tenho mesmo, mas percebi que essa estética é uma coisa muito rica e uma parte muito importante desse nosso underground, mas muito pouco estudado e valorizado. A ideia do zine, e do tumblr, é reunir o máximo possível desse tipo de material, conhecer um pouco melhor esse aspecto da cultura underground e na medida do possível valorizar quem faz flyer ou cartaz. Acho que é um projeto que ainda não ta muito bem definido, os caminhos dele vão se formando com o tempo, não sei no que isso pode dar, mas não quero parar só no zine.

O tumblr comecei pra ter uma plataforma virtual também, não só impressa, até porque me dá a possibilidade de colocar flyers coloridos também, além de que boa parte deles hoje circulam só na internet. Não tem um critério muito bem definido pra entrar no tumblr, não precisa nem ao menos ser bonito, a ideia é buscar essa estética underground, a cara do hardcore nacional, então vou colocar até flyer feito a mão com caneta bic, desde que tenha essa identidade independente. Sempre que possível to colocando o nome de quem fez, o ano, cidade e links pros sites das bandas, tendo essas informações, melhor!"









Jovens, sintam-se convocados e lotem a caixa do e-mail do Daniel com artes de cartazes! Nossa história agradece!
Contatos: danielhogrefe@gmail.com

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

COMO COMER UM STORMTROOPER - CALMA, É SÓ UM BOLO

Pois é!!!
Como estamos há alguns dias do meu aniversário eu só penso em BOLO!!! Aí descobri uma loja chamada Amanda Oakleaf Cakes que fica em Boston nos EUA e que produzem bolos geniais, e nesse caso não é da massa macia nem mesmo do sabor incrível que eu estou falando, mas sim dos formatos dos bolos produzidos por lá!
Esse Stormtrooper, por exemplo é em tamanho natural, tem 136 Kgs e levou duas semanas para ser todo construído! Saca só as imagens do trabalho da galera e aproveita pra ir desapegando daquela grana que tá no seu cofrinho pra pagar um desse aí para este blogueiro/fanzineiro que vos fala!



Vale lembrar que um R2D2 também pegaria muito bem, fica aí mais uma opção!

Deu fome, né?


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

CHUCK TREECE NO LEMONHEADS

Notícia particularmente importante para os skatistas, mas que interessa também os fãs de boa música: Chuck Treece, da banda clássica de skate rock McRad, é o novo baterista do Lemonheads. Vi um vídeo circulando pelo Facebook, e resolvi ir direto a fonte: perguntei pro Chuck e ele confirmou a história. O novo baixista é Fred Mascherino, da banda Taking Back Sunday.

Apesar de não existir nenhum (repito: NENHUM) rumor de show por esses lados, a presença do Treece na banda é um bom "começo", afinal ele já esteve três vezes no país nos últimos dois anos: uma com o Ray Barbee, e duas com o McRad, que inclusive conta com dois brasileiros na sua mais recente formação, o Juninho do RDP e o Mauricio Takara.

No vídeo logo abaixo, dá pra ver o ensaio, com Fred passando "it's a shame about ray" para Treece.



E aqui o trio completo, com áudio ruim, filmado pelo próprio Treece:



Clique aqui para ver todas as datas da tour 2012 do Lemonheads.

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SWISSTED: PUNK ROCK E MODERNISMO SUIÇO

O designer gráfico Mike Joyce, de New York, é apaixonado por punk rock e modernismo suiço. Juntou as duas paixões num projeto de reeditar cartazes de shows. Todos os shows de fato aconteceram. Algumas amostras, de dar água na boca, logo abaixo:





















terça-feira, 10 de janeiro de 2012

COMEÇO PROMISSOR

2012 nem bem começou e boas notícias já atingem em cheio o universo roqueiro internacional. Das mais recentes, o blogueiro destaca três, sem ordem de importância:

1. O anúncio da volta do At The Drive-In, via twitter oficial da banda de El Paso, Texas.

2. O anúncio da volta (ou reunião) do grande fIREHOSE, escalado inclusive para a segunda noite do Coachella 2012 (o ATDI está na terceira noite, SE o cartaz divulgado for verdadeiro).

3. O lançamento do novo álbum do Guided By Voices, chamado "let's go eat the factory" e que já está disponível em CD, LP e links do Mediafire.

Um começo promissor de ano.

Para celebrar, uma pepita de cada banda:

ATDI



fIREHOSE



GBV



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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

LISTA TRAMA VIRTUAL

Atendendo ao convite do jornalista Ricardo Tibiu, fiz minha lista de melhores do ano para o site Trama Virtual. Porém, aos 45 do segundo tempo, saiu talvez o melhor disco do ano, "Undun", do The Roots. Assim, segue aqui a minha lista "atualizada":

Discos Nacionais

MUNDO LIVRE S/A - “Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa”
GANGRENA GASOSA - “Se Deus é 10 Satanás é 666”
ÁGUAPESADA - “Leminiscata”
NITROMINDS - “Looking for a Hero”
LÊ ALMEIDA - “Mono Maçã”

Discos Internacionais

SEAWEED - “Service Deck/The Weight”
JOE LALLY – “Why Should I Get Used to It”
J MASCIS - “Several Shades of Why”
THE ROOTS - "Undun"
...AND YOU WILL KNOW US BY THE TRAIL OF DEAD – “Tao of the Dead”

Melhor Show
Superchunk, em Mogi das Cruzes (SP), e Descendents, em Los Angeles (EUA).

Clipe do Ano
Beastie Boys - “fight for your right (revisited)”. Quando o Beastie Boys lança clipe novo, não tem competição!

Capa do Ano
Leptospirose - “Aqua Mad Max”, arte (vinil, CD, pôster) assinada pelo grande Daniel ETE.

Promessa pra 2012
É estranho chamar o Black Sabbath de “promessa”, mas o que todos esperam em 2012 é o novo disco do Sabbath, não é? Ah, o disco novo do Someone Still Loves You Boris Yeltsin, se sair, também vai dar o que falar. E qualquer material novo do Parteum, ou do Mzuri Sana, corto meu dedo mindinho se não for coisa fina!

Trash do Ano
Grupos intolerantes e preconceituosos atuando livremente na noite de São Paulo. Algumas coisas deveriam estar mortas e enterradas, sem a menor possibilidade de ressurgir. Como diria o Propagandhi, “The Only Good Fascist Is a Very Dead Fascist”.


A lista completa de Melhores de 2011 você pode conferir aqui.

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