segunda-feira, 30 de maio de 2011

ENTREVISTA GAZY ANDRAUS - PARTE I



É sempre bom levar um discurso além do lugar comum. Em muitas das conversas interessantes a respeito de fanzines que tenho ouvido ultimamente, ecoa o nome do professor Gazy Andraus. Doutor em Ciências da Comunicação, na área de Interfaces da Comunicação, pela ECA-USP, (premiado com a melhor tese de 2006 pelo HQ-MIX-2007), mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, pesquisador do Observatório de HQ da USP; da Interculturalidade e Poéticas da Fronteira - UFU e do INTERESPE – Interdisciplinaridade e Espiritualidade; editor e autor independente de histórias em quadrinhos adultas de temática fantástico-filosófica e Professor e Coordenador do Curso de Pós em Docência no Ensino Superior da FIG-Unimesp
O Zinismo foi atrás e compartilha com seus leitores uma rica conversa (dividida em duas partes) com o mestre, que vai do zen budismo à neurociência sem fugir do tema: fanzines e HQs...


ZINISMO: Gazy como se deu seu envolvimento com a ilustração e os fanzines?
GAZY: Desde pequeno, como toda criança, gostava de ver desenhos. Daí para arriscar a fazê-los, é algo natural. Depois foi num crescendo e se ampliou dos 8 aos 15 anos, principalmente porque eu gostava muito de ver os quadrinhos de super-heróis na adolescência e absorvendo os estilos de vários desenhistas, tentava a meu modo recriar (sem copiar, mas de memória, imitando estilos de desenhistas que mais me apraziam).

Aliás, o fato de ter trabalhado no restaurante comercial de meu pai me obrigou a desenhar muito para equilibrar minha insatisfação em ficar no estabelecimento a maior parte do tempo De toda maneira, contribuiu para eu continuar desenhando – e independente disso, eu sorvia os desenhos nos gibis pelo prazer que os traços me instigavam, como a música nos faz ao ouvi-la. E assim, as artes fantásticas também de ficção científica e ilustradores como Kaluta, Rodney Matthews e Roger Dean ou Frank Frazetta ativariam cada vez mais meu gosto pelas ilustrações fantásticas e capacidades do ser humano em retratar o imaginário!

Rodney Matthews

Os fanzines só vim a conhecer depois, perto de meus 19 para 20 anos, possibilitando-me saber que eu poderia publicar minhas HQ e imagens em revistas, ainda que independentes Foi uma janela que se descortinou na qual nunca havia pensado antes!


Fale um pouco sobre os quadrinhos fantásticos-filosóficos. É verdade que é um gênero genuinamente brasileiro? Quem são seus principais autores?É. Mas baseado em peculiaridades e influenciado pelos quadrinhos principalmente franceses da trupe da Metal Hurlant: Moebius, Caza e Druillet!



No Brasil temos principalmente Calazans, que me apresentou ao universo dos fanzines, Henry Jaepelt, Edgar Franco, Antonio Amaral e eu, além de Joacy Jamys que incursionou um pouco por esse estilo (mas já passaram também Al Greco e Rosemário).
Como Moebius que fazia HQ nonsenses e Caza com suas HQ metafóricas, a gente ia construindo nossas HQ, porém, mais curtas do que eles, por causa da maior facilidade de assim publicá-las dessa maneira em zines. Ou seja, a crise de não ter como publicar HQ no Brasil e nem de ficar desenvolvendo narrativas homéricas nos possibilitou algo extraordinário: HQ curtas e “grossas”, lacunosas como as poesias Hai-kais ou os Koans zen-budistas! Esse termo “fantástico-filosófico” adveio de Henrique Torreiro, organizador das Xornadas de Fanzines anuais em Ourense na Espanha, quando recebeu e leu o fanzine “Irmãos Siameses” criado por mim e por Edgar Franco.

Fanzine Irmãos Siameses

As histórias em quadrinhos por muito tempo foram consideradas uma barreira na aprendizagem da leitura. Gostaria que você explicasse como esta visão tem mudado com avanço da neurociência.
Realmente, na minha infância e adolescência, não se misturavam estudos escolares com a leitura de HQ. Para o sistema cartesiano, os quadrinhos com seus desenhos atrapalhariam o potencial das palavras (fonemas) e suas possibilidades de passar mensagens conteudísticas!
Porém, com a evolução das tecnologias, possibilita-se agora visualizar áreas do cérebro que são ativadas por diferentes modalidades, como por exemplo, leitura e meditação. É por isso também que conseguiram saber que as imagens (e ideogramas chineses) ativam certas regiões e áreas do hemisfério cerebral direito – que responde pela criatividade e intuição e a não linearidade, enquanto que os fonemas e a fala pelo hemisfério esquerdo - que responde pela razão Eis a razão de as HQ terem ficado de fora: o hemisfério esquerdo, racional e com o “dom” da palavra, sobrepujou o direito (tido como obscuro), desvalorizando o potencial de informação imagético dos desenhos, mas que na verdade era essencial, pois é o hemisfério direito que cria, já que o esquerdo só trabalha com base na memória, no passado. E o hemisfério direito, já que “lê” as imagens (sem identificá-las, trabalho que fica para o esquerdo), funcionando junto ao outro lado, exponencializa a inteligência mental, tornando-a sistêmica, isto é, não cindida, não cartesiana apenas. Isso faz com que o cérebro neuroplástico humano se amplie, aumentando as considerações e reflexões (e o processo criativo). “Beber” imagens nos torna mais ricos, como absorver músicas. Ao contrário, se pouco estimulados nisso, viramos “robôs” com informações cartesianas somente, sem desenvolver direito a emoção, a criatividade e até a fraternidade!
Queremos adultos profissionais cindidos, que só veem o lucro e o trabalho racional? Ou preferimos que também sejam humanistas, amistosos e criativos?
Pois as imagens desenhadas nos quadrinhos, bem como os próprios fanzines criativos em suas miríades de formas e temas (bem como as cenas do cinemas, as músicas etc) nos levam para isso também, para o lado fraterno e universal estético/ético da mente e da vida!

Assista o trecho do filme “Pink Floyd – The Wall” em que o professor pune o aluno por escrever um poema e não repetir com ele a ladainha do valor de um hectare, e veja que o sistema racional cartesiano cindido (reducionista) não tem sido um problema só da educação brasileira, mas mundial!


E como aconteceu o encontro das Histórias em Quadrinhos com o meio acadêmico?
Para elucidar isso, resolvi dividir meu percurso em dois. Na parte 1, antes da(s) faculdade(s), e na parte 2, no ingresso dela(s).
Parte 1:Meu percurso não me fazia me imaginar como um pesquisador dessa área. Quando garoto aventava a hipótese de ser paleontólogo de tanto que eu gostava de dinossauros. Mas no íntimo eu sabia que era mais uma brincadeira minha. Por tanto desenhar, escolhi a carreira de artes. Na primeira tentativa ao prestar vestibular para a USP, isso lá por 1986, não alcancei a vaga devido a minhas baixas notas na segunda fase com relação à matemática (embora eu tenha tirado uma nota altíssima em redação). Classifiquei-me em 28º. de 20 vagas. Meio ano antes eu havia passado em arquitetura na Universidade Católica de Santos, mas estava no meio de um cursinho, aprendendo num ano mais do que o equivalente aos 3 que fiz no colegial do Estado! Embora, é claro – e friso isso – jamais estudei direito nas escolas ou em casa, tendo sido quase sempre ajudado em matérias como química ao fim de ano por um saudoso amigo (falecido entre 2009 e 2010 provavelmente por um AVC, o inteligente colega Baturité Natal de Oliveira – e vai essa parte da entrevista como homenagem a ele). Essas ajudas vinham para recuperar uma ou outra nota de química ou matemática que no fim de ano precisava para não ficar de recuperação. E nunca fiquei: me esmerava ao final com extrema dificuldade por não ter quase nunca prestado atenção nas aulas durante o ano pelo simples motivo que meu foco era sair da escola diariamente: eu cronometrava o tempo de acabar as aulas como um presidiário media seu tempo em cela, porque é assim que eu me sentia lá! A escola tinha (e ainda deve ter) um sistema cartesiano que poda as manifestações criativas de muitos alunos que têm outras maneiras de pensar devido às inteligências múltiplas que não eram levadas em consideração. E aliás, deixei de prestar atenção nas aulas de matemática a partir da 5ª. série porque uma professora me deixou desconfortável ao me dar bronca e dizer que eu estava desperdiçando gizes na escola por ter desenhado dinossauros na lousa. Ela me mandou apagar o desenho bradando dessa forma! Para uma criança de 11 anos, não há trauma nem nada assim muito grave: mas me irritou porque eu não fiz nada de errado, e sim, desenhei no quadro negro. A visão para o ensino era a de que desenhar equivalia a gastar gizes! Para você ver como o desenho (e as histórias em quadrinhos) eram desprezadas. A partir daí ficou uma lacuna no meu aprendizado de matemática, pois aliado à fraca didática da professora eu não me concentrava de maneira alguma nas aulas, pensando apenas em sair daquele claustro!
Isso tudo me enriqueceu, porque enquanto eu também passava pelas faculdades, eu ia verificando a péssima didática da metade do professorado, o que corroborou para eu me direcionar contrariamente ao que via de erros dos outros mestres, não fazendo igual e tentando ser o mais didático e compreensivo possível ao lecionar!


Parte 2:
Pois bem, eu ingressei finalmente no curso de Desenho Industrial na Faculdade de Belas Artes em 1986, mas logo em seguida desfiz a matrícula já que fui aprovado no concurso da Universidade Federal de Goiás no mesmo ano em artes Visuais. Como era gratuito, valia a pena, principalmente porque eu tinha parentes em Goiânia, onde morei por um ano e meio na casa de meus tios (Rafeh, irmão de meu pai e a esposa dele Catarina, eram, na verdade, também meus padrinhos, e aqui dedico a eles também parte dessa entrevista). O curso era fraco, mas os muitos amigos que fiz, principalmente o Jorge Del Bianco, André Rodrigues e Célia Gondo (mais uma homenagem, nesse caso, a eles, que aqui presto), os quais ainda mantenho contato, foram imprescindíveis para o aprimoramento de meu (nosso) processamento criativo, ainda mais que comungávamos de vários gostos na área dos quadrinhos e arte fantástica. Porém, as sucessivas greves naquele período, já que os professores ganhavam mal, me fizeram voltar a São Paulo, onde prestei finalmente a FAAP em meados de 1987, que tinha um curso relativamente barato (distintamente do que é hoje), e o curso de artes era muito forte (na verdade, cursei Licenciatura Plena em Educação Artística). Fiquei 5 anos morando durante a semana em São Paulo, enquanto que quase todo fim de semana guardava um dinheiro para voltar a São Vicente, junto de minhas coisas e minha família (minha mãe Victória faleceu em 1992, logo após eu concluir o curso, e aqui parte da entrevista em memória a ela também). Nesse período da FAAP, para cujo curso consegui uma bolsa que variou de 50 a 70% (agradeço a mantenedoria da FAAP por isso também), acabei conseguindo residir numa igreja árabe de São Paulo, pois os pastores Ragi Khouri e Rosa (ambos in memorian) eram amigos da família e me cederam um quarto. Além disso, outro tio irmão de meu pai, Elias Andraus (também falecido a quem rendo outra homenagem), foi importante pilar para minha estruturação, pois me auxiliou financeiramente para dar conta de meus gastos naquele conturbado período, já que meu pai perdeu quase todo o dinheiro alguns anos depois da venda do restaurante devido à inflação galopante! Ao mesmo tempo, consertei meus dentes com um primo dentista (o grande Fred, ao qual até hoje me consulto, e a quem dedico igualmente parte dessa entrevista), quando estava numa fase muito delicada da vida e com problemas dentários herdados devido ao excesso de refrigerantes na infância! Como se vê, tive os maiores auxílios possíveis para “agüentar” a parada de não ter dinheiro e de fazer um curso improvável para uma família tradicional libanesa que sempre quer os filhos médicos ou engenheiros! Mas o que desenvolvi nesse curso da FAAP foi excelente: a carga era de professores artistas e pelo menos a metade deles aceitava a questão dos quadrinhos. Acabei aglutinando esses saberes das artes que lá desenvolvi com as HQ, enquanto estudava por conta própria em paralelo, conceitos profundos relativos à espiritualidade e autoconhecimento em geral, principalmente com livros do filósofo e educador Huberto Rohden!






Desenhos baseados na leitura de Huberto Brohden.

Foi com toda essa bagagem de artes/educação/ética que trabalhei interdisciplinarmente arte e quadrinhos na faculdade e depois ingressei num mestrado em Artes Visuais. Até então eu estava um pouco perdido, tendo dado aula durante 1 ano e meio em escolas públicas após meu término a licenciatura, e visto que ali era péssimo para se trabalhar! Depois, ingressando no mestrado, um novo rumo surgiu (tendo morado e trabalhado um pouco para meu primo Jorge Andraus, em São Paulo, a quem dedico igualmente mais uma fração dessa entrevista).

Fale um pouco sobre suas pesquisas e teses em pós graduação na área de quadrinhos e zines:


Dissertação de Mestrado

No meu mestrado, orientado pelo Flávio Calazans, quem foi a pessoa que me abriu o caminho para o universo dos fanzines (dedico também parte dessa entrevista à amizade daquele período), eu aprendi a escrever artigos, a participar de congressos e a ter uma visão universitária mais madura de tudo. No início eu estava com o Edgar Franco, que entrou comigo na UNESP como aluno especial (na verdade foi ele que me impulsionou a prestar o mestrado junto, e a outra parte dessa entrevista é dedicada também à nossa irmanada amizade!), mas depois ele entrou na Unicamp na área da multimídia, o que foi ótimo pra ele! Enfim, o mestrado me propiciou escrever vários artigos e desenvolver uma dissertação diferente, já que uni aos quadrinhos poéticos um imbricamento com a física quântica e os koans zen-budistas, ao mesmo tempo que critiquei o reducionismo autista do cartesianismo exagerado acadêmico! Passo seguinte foi uma natural continuidade no doutorado, orientado pelo competente Waldomiro Vergueiro (mais outra parte da entrevista dedicada a ele), em que amplifiquei minhas pesquisas, levando-me a descortinar finalmente porque há o preconceito com as histórias em quadrinhos! Levei 3 anos pra descobrir, e mais um para finalizar (com obstáculos e tudo, como a quebra da perna de meu pai faltando-me 40 dias para acabar a tese que já estava com uma prorrogação: mas dedico a meu pai Said a outra parte dessa reveladora entrevista, pois foi com ele que aprendi a amar verdadeiramente um homem que tinha compaixão pelo ser humano e era belo no coração – lembro-me até hoje que ele se entristeceu, por exemplo, quando o Zacarias, um dos integrantes dos Trapalhões faleceu. Percebi que esse sentimento dele só permeia as pessoas que são empatas e sentem a beleza e o esforço e a perda que faz a falta do próximo com suas qualidades!).
Assim, construí a tese que mostrava que graças ao exagero em usar a mente racional, o ser humano tornou-se crítico e preconceituoso com o que não era racional, como as artes, como os desenhos, já que esses eram lidos pelo hemisfério direito cerebral, cujo desenvolvimento ficava dirimido devido à alta atividade do esquerdo, racional, linear, cartesiano e sem “sentimentos”. Essa foi a chave que me fez ver porque o ser humano criticava o desenho e não me deixava ler gibis em aulas na escola: ao contrário, punia-nos caso fizéssemos isso.


Tese.

Ora, minha formação inteira se deu mais pela marginalidade escolar (no bom sentido), lendo gibis, vendo artes fantásticas, ouvindo músicas que não eram passadas em aulas, estudando dinossauros e espiritualidade misturada com física quântica, e abrangi tudo isso! A escola nem chegou perto de me passar esses informes, salvo raras exceções. Ela teimava em tentar me fazer entender esquemas, por exemplo, de ligações paralelas na elétrica, sem me mostrar relações disso com a vida, ou experimentar tais conceitos na prática! Isso muito me incomodava, e eu ficava sem entender. Já nas aulas das faculdades, mestrado e doutorado os níveis de multidiversidade eram muito mais ampliados proporcionalmente (especialmente nas interdisciplinaridades que o doutorado me permitiu, como as aulas sobre mente, máquina e comunicação).
A escola é manca, totalmente, enquanto que a universidade foi sendo melhorada (apesar de ainda ser consideravelmente elitista e cartesiana)!
Assim, todas minhas pesquisas e envolvimento artístico na atualidade derivam desse percurso que você acabou de ler! Foi intenso, reflexivo e muito duro na juventude! Mas tem sido cada vez mais amplo e rico na maturidade, que é onde me encontro: nosso ensino não sabe disso, nossa educação familiar também está longe de perceber, mas a conclusão a que chego revisando isso tudo nesses escritos é que nenhum de nós pode ser privado de reflexão e auto-reflexão, e nossas sociedades com os trabalhos escravagistas impossibilitam isso, junto de um ensino deturpado e uma desestruturação familiar social resultantes dessa inabilidade de considerações e ponderações. Eu diria que as artes (quadrinhos e zines inclusos) nos possibilitam parte importante dessa formação que o reino pop imediatista e racional não fornece!

Continua aqui

sexta-feira, 20 de maio de 2011

REVIRANDO O ARQUIVO: HIGH FIDELITY

Mais uma revirada de arquivo: dessa vez, um post feito no meu Fotolog em 2003. Como complemento, seguem as listas-comentários de alguns amigos/internautas, postados à época.




High Fidelity ou o Filme de nossas vidas

Por Marcelo Viegas

High Fidelity é um filme diferenciado. Ou, para dizer de outra forma, parte de premissas invertidas. Usualmente você encomenda uma trilha sonora que sirva como complemento de áudio para sua película (já existente). No caso do filme baseado no romance de Nick Hornby, a história parece ter sentido inverso. Algo do tipo: “bem, essa é a trilha sonora da minha vida, agora preciso de um complemento visual para ilustrar essas incríveis canções”. Ou seja, precisa-se de um filme!

É um filme de rock, para o rock, pelo rock! Talvez a experiência cinematográfica mais roqueira de todos os tempos.

Além disso, lançou a moda das “listas”, que já eram mania de 9 entre 10 jornalistas musicais e que, depois de High Fidelity, virou uma febre mundial, quase uma histeria coletiva... bom, pra dar continuidade a histeria, proponho que nesse capítulo não façam comentários, mas sim que cada um apresente sua... TOP FIVE LIST DOS FILMES DE ROCK!

Obs. O critério não é “filmes que contem histórias de bandas”, mas sim uma leitura mais subjetiva do tema, algo como: filmes com espírito roqueiro, alma roqueira, bom, minha lista talvez explique melhor que isso...

1. High Fidelity
2. 24 Hour Party People
3. Snatch
4. Reservoir Dogs
5. Fear and Loathing in Las Vegas



TOP FIVE LIST DOS FILMES DE ROCK (dos amigos/internautas)

Rodolfo Herrera (Kultur/+SOMA)
1. hedwig and the angry inch
2. singles
3. almost famous
4. high fidelity
5. talvez eu colocasse mais algum do cameron crowe ou algum do kevin smith (apesar de serem filmes nerds acredito que por trás de todo nerd existe um roqueiro pronto para aflorar hehe), mas fica difícil ... vou pensar e depois coloco meu quinto filme de alma rock (nota do editor: tô esperando desde 2003...)

Samia Jacintho (Casa Rex)
1. grease
2. alta fidelidade
3. singles
4. vanilla sky
5. curtindo a vida adoidado

Flávio Grão (Zinismo)
1. taxi driver
2. conta comigo
3. Dançando no escuro
4. O verão de Sam
5. Assassinos por natureza

Gonta (tatuador/Overlife)
1. pulp fiction
2. snatch
3. todos do Monty Python
4. curtindo a vida adoidado
5. grease

Francis Vogner (cineasta)
1. Taxi Driver
2. Não Amarás
3. Alma Corsária
4. Velvet Goldmine
5. O Otário (de jerry Lewis)

Patrícia Larsen (jornalista)
1. Velvet Goldmine
2. Alta Fidelidade
3. A Estrada Perdida
4. A Festa nunca termina
5. Labirinto

Punkinho (ästerdon)
1. Laranja Mecânica
2. Apocalipse Now
3. The Wall
4. Matrix
5. Tommy

Paulo Estevão (designer gráfico)
1. The Big Lebowski
2. Almost Famous
3. Streets of Fire (Ruas de Fogo-1984)
4. Beavis & Butt-Head: Do America
5. Detroit Rock City

Claudio Cox (Velhaguarda Camisetaria)
1. Drugstore Cowboy
2. Vanishing Point
3. Devil’s Rejects
4. Death Proof
5. Faster Pussycat Kill Kill Kill!!!


E agora é a sua vez!

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

IAN CURTIS: 31 ANOS HOJE



Ian Kevin Curtis. 15 de julho de 1956 – 18 de maio de 1980.




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terça-feira, 17 de maio de 2011

REVIRANDO O ARQUIVO: RECUERDOS

Texto originalmente publicado no meu bobolog, em março de 2005. Segue - sem alterações, emendas ou atualizações - tal qual foi postado na época.



Recuerdos


Ontem fui dormir pensando em dois defuntos: José Chasin e Paulo Freire, e não necessariamente nessa ordem. Muito mais do que dois defuntos, são dois gigantes do pensamento e dois brasileiros ilustres, que servem de exemplo e estímulo ao mesmo tempo: exemplo de vida dedicada a causa revolucionária (Freire mais no campo da pedagogia e Chasin mais no campo da filosofia), e estímulo para as futuras gerações, na medida em que sempre mantiveram o nível alto de combatividade mesmo diante das piores adversidades.

Com Chasin minha relação foi muito mais próxima e efetiva, afinal militávamos no mesmo movimento (Ensaio) e tive o privilégio, portanto, de conhecê-lo pessoalmente. Foram poucos os encontros, mas foram marcantes. Afinal, eu considerava Chasin tão importante quanto Mészáros, Lukács ou Lênin para a continuidade do projeto teórico marxista. Ainda o considero, afinal sua obra permanece viva e atual. Então, eis o ponto, estar frente a frente com Chasin, era o mesmo que estar frente a frente com Lukács, por exemplo. Infelizmente conheci José Chasin nos seus últimos anos de vida, mesmo assim guardo com orgulho a lembrança das conversas que tivemos, dos conselhos que recebi, das piadas, do bom humor, da ironia, dos incalculáveis maços de cigarro que ele fumava durante as palestras e, sobretudo, da influência positiva e definitiva na maneira como escrevo, na maneira como penso e na maneira como encaro o mundo.

Chasin morreu em 31 de dezembro de 1998. Eu estava na praia e recebi a notícia por telefone. Foi o pior ano novo de minha vida.

Com Freire minha relação se deu com certo distanciamento, o que não significa ausência de respeito. Sabe a admiração que você tem pelo bisavô que não chegou a conhecer? Então, mais ou menos por aí. Até porque a própria figura humana de Paulo Freire evoca esse tipo de sentimento, uma coisa mais fraterna, mais familiar, mais nordestina. Paulo Freire é a síntese do Nordeste pra mim (junto com Jorge Amado, é claro): inteligente e acessível, um verdadeiro intelectual da classe trabalhadora. Dedicou sua vida a questão da alfabetização, e não mediu esforços na defesa da importância do ato de ler e escrever. Seria leviano da minha parte ocultar que – de fato – existem certos pontos onde eu me distancio de Paulo Freire, na medida em que me aproximo mais e mais do Marx como ele realmente é, na sua raiz, por mais radical que seja. Mas eu já havia dito que Freire é quase um bisavô, portanto as diferenças são naturais, e o respeito permanece o mesmo: grande e intocável.

Freire morreu em 2 de maio de 1997. Eu estava na praia e recebi a notícia através da Folha de SP. Foi o pior feriado de dia do trabalho da minha vida.


“...a pretensa esquerda de hoje vive no universo evanescente do simulacro. É autista como agente político, mas não perde de vista a satisfação pessoal: trata antes de tudo de viver, só depois de revolucionar, o mal é que quer viver às custas da revolução. É do que consiste sua dedicação e sacrifício.” (José Chasin)


“Para mim a virtude da tolerância é uma coisa difícil de ser apreendida e não é só teologal, e eu nem sei se posso dizer assim, mas ela é revolucionária! Ela nada mais é que conviver com o diferente para brigar com o antagônico. Mas aqui, no Brasil, a gente se acaba entre os diferentes e deixa o antagônico em paz!”
(Paulo Freire)


Sobre Chasin.
Sobre Freire.


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segunda-feira, 16 de maio de 2011

REVIRANDO O ARQUIVO: RELAX IN YOUR FAVORITE CHAIR

Mais uma da série Revirando o Arquivo. Entrevista com o Garage Fuzz, na ocasião do relançamento do álbum Relax In Your Favorite Chair, em 2006. A matéria saiu na extinta Revista MTV.


RELAX IN YOUR FAVORITE CHAIR, DOZE ANOS DEPOIS

A banda santista GARAGE FUZZ acaba de relançar Relax in your Favorite Chair, o seu clássico álbum de estréia, pelo selo independente Ideal Records. Originalmente lançado em 1994 (via Roadrunner), Relax é um disco fundamental na história do hardcore melódico brasileiro. Trazia elementos de vanguarda, inclusive flertando com o chamado post-hardcore numa época em que poucos sabiam o que era isso. Dag Nasty, Seaweed e Farside eram influências importantes para o som da banda, contrastando com a moda do período, que era copiar Bad Religion e NOFX. Apenas 3000 cópias foram lançadas e o álbum virou “mosca branca”. E finalmente é relançado, devidamente remasterizado, com 3 bônus e nova arte. Conversamos com Alexandre Farofa, vocalista do Garage, para saber qual a expectativa da banda para esse relançamento e também para descobrir como eles se sentem tocando músicas que já tem mais de uma década de existência...

Texto e Entrevista por Marcelo Viegas


VIEGAS: Há 11 anos eu te entrevistei e na época você reclamava da distribuição equivocada da Roadrunner, que atendia apenas Lojas Americanas e Carrefour, e agora com o relançamento do Relax por um selo independente esse erro estratégico será finalmente corrigido e o Relax chegará na Galeria do Rock e nos distribuidores locais independentes. Tá feliz ou agora vai reclamar que faltam os grandes magazines? (risos)
FAROFA: Putz, creio que sim, se bem que o público mudou tanto que eu acredito que hoje em dia a maioria compraria no Carrefour e nos grandes magazines. Ter uma distribuição independente sempre vai ter seus prós e contras aqui no Brasil, porque o país é muito grande. Mas não dá mesmo para ficar reclamando até o fim da vida... Mas sabemos que os lojistas no Brasil de certa forma continuam tendo dificuldades para adquirir discos de certos selos, o que acaba no final das contas atrapalhando muito o artista.
Se naquela época já rolasse a troca de arquivos que rola hoje também seria bem diferente a distribuição.

VIEGAS: A história desse relançamento não é recente, sempre circularam boatos e só agora rolou. Por que levou tanto tempo para isso acontecer?
FAROFA: A gravadora (Roadrunner) não dava muita atenção quando era procurada a respeito. A capa original, as fotos de divulgação, a master do CD, tudo se perdeu, além do que o tempo para caducar os fonogramas só rolou agora um ano atrás. Aí em vez de ficarmos na luta para relançar ele, nós preferimos correr atrás de fazer outros sons novos, etc.

VIEGAS: O disco foi remasterizado e vocês incluíram alguns bônus também. Quais são exatamente esses bônus?
FAROFA: São duas músicas de uma demo de 2001 (Instant Moments), “embedded needs” e “some warm at least”; e “overfoots” da demo de 1993 (Garbage Funny Things). Mas procuramos manter o remaster do Relax bem próximo ao som original.
Para falar a verdade não temos muito material para fazer um CD de demos ou utilizar várias faixas como bônus. Nossas demo-tapes são meio bagunçadas.

VIEGAS: É real que os shows de divulgação do disco serão compostos apenas pelas músicas do Relax?
FAROFA: Acredito que devemos fazer uns dois ou três shows nesse formato. Vai ser legal tocar a ordem do disco na íntegra ao vivo.

VIEGAS: Você acha que esse relançamento vai servir apenas para “completar a coleção” dos antigos fãs ou você acredita que a nova geração vai aproveitar para conhecer um pouco mais sobre o passado da banda?
FAROFA: Sim, acredito que a nova geração vai aproveitar para conhecer o começo da banda, e sei também que comparações com as fases que a banda passou vão ocorrer também. Creio que 60% da galera que começou a escutar a banda depois de 2000 não conhece muito bem esse disco.

VIEGAS: Sinceramente, vocês ainda têm tesão de tocar músicas de 12, 13 anos atrás?
FAROFA: (risos) É diferente, né? A gente executava as músicas bem mais rápido, hoje em dia a execução é mais cadenciada para sair mais redondo com o repertório atual.
Se temos vontade de tocar??? Algumas vão ser bem interessantes, mesmo porque tocamos poucas vezes várias delas ao vivo, mas nosso foco atual é mesmo o repertório do último disco e algumas novas que já estamos finalizando.

VIEGAS: Deixando um pouco o Relax de lado, e olhando pro futuro: quais os próximos passos do Garage? Tem um DVD nos planos, correto?
FAROFA: Sim, estamos com muito material separado para um DVD, muita coisa antiga já decupada, imagens scaneadas, estamos só esperando para armar o próximo disco e lançar tudo junto. A produção está sendo por nossa conta até agora e acredito que o selo que fechar o próximo disco deve lançar o DVD também.

VIEGAS: Vocês não vão mais lançar pela 13 Recs?
FAROFA: Ainda não conversamos para os próximos lançamentos com ninguém, o André (dono da 13 Recs) fez tudo certo com o The Morning Walk!, então se ele tiver vontade de fazer mais um trampo com a gente, estamos aí com certeza.

VIEGAS: Você tem mais prazer em tocar hoje em dia ou 12 anos atrás era mais legal?
FAROFA: Putz, eu acho que hoje em dia eu valorizo mais poder tocar com freqüência e o fato de estarmos com a mesma formação desde a mesma época também conta muito. O legal das antigas é que as preocupações com a vida eram outras, hoje em dia temos muito mais responsabilidades para adaptarmos com a vida em banda. Mas espero tocar mais uns 10 anos fácil...


Site Oficial
Para ouvir



Serviços:

1. O nome Relax in your Favorite Chair foi tirado da música “the ambulance song”, da banda norteamericana Dag Nasty, uma das precursoras do chamado emocore. É a faixa 4 do disco Field Day, lançado em 1987.
2. Para situar os mais novos, vale dizer que o guitarrista do Dag Nasty era Brian Baker, hoje mundialmente conhecido por tocar no Bad Religion.
3. A faixa bônus “overfoots”, retirada da demo-tape Garbage Funny Things (1993), não é com o Farofa como vocalista. Quem cantava nessa época era Marquinho, Farofa tocava guitarra e Wagner ainda não tinha entrado para a banda. O resto do line-up era o mesmo.
4. Marquinho é conhecido hoje em dia como Marco Butcher, da excelente banda paulistana Thee Butchers´ Orchestra. Também ataca de oneman band, com o codinome Uncle Butcher.
5. Alexandre Farofa (cujo verdadeiro sobrenome é Cruz, mas que também é conhecido como Sesper), é artista plástico de mão cheia.

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sábado, 14 de maio de 2011

SÁBADO 14 PARA QUEM GOSTA DE SEXTA 13

segunda-feira, 9 de maio de 2011

NOVO DO BAIXISTA DO FUGAZI


Joe Lally, talentoso baixista do Fugazi, já está no terceiro disco da sua carreira solo. Why Should I Get Used To It acaba de sair, via Desmonta/Tollota/Dischord. Enquanto os dois primeiros foram gravados no lendário Inner Ear (e também na Dischord House), esse novo foi captado em Roma, onde o músico reside atualmente. Música boa para seus ouvidos, é o que você vai encontrar nesse disco.

O selo brasileiro Desmonta distribui o petardo em vinil. 20 pratas!

Zinismo recomenda!

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sexta-feira, 6 de maio de 2011

BEATLES PARA QUEM GOSTA DE SKA

Mais arquivos dentro da teoria do "Três para Um" explicada na postagem "White Stripes Para Quem Não gosta"

AQUECIMENTO: SUPERCHUNK

Tá chegando a hora!



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REVIRANDO O ARQUIVO: BOOM BOOM KID

Fuçando nos arquivos, encontrei essa entrevista com o Nekro (Boom Boom Kid), publicada na extinta Revista da MTV, no distante ano de 2006.

Recordar é viver.

Boa leitura.



Boom Boom Kid
Histórias de um cantor latino-americano


Texto e Entrevista por Marcelo Viegas
Colaborou na tradução: Patrícia Larsen

Ele atende pelo pseudônimo de Boom Boom Kid, mas você também pode chamá-lo de Nekro, de Miss Muerte ou ainda Il Carlo. Pouco importa o nome, o que vocês precisam saber é que BBKid é um dos artistas mais ativos do circuito underground latino-americano, e quiçá mundial! Fundou o Fun People, e conseguiu transformá-lo em uma referência para o hardcore feito na América do Sul. Sim, Buenos Aires é muito pequena para ele. Lá ele é cultuado, mas não é diferente no resto do planeta. Carismático e talentoso, fez com que o final das atividades do Fun People não fosse assim tão traumático, e ainda carregou uma porção de fãs quando mudou de nome e de banda. Ele propagou: “Nekro esta muerto! Viva Boom Boom Kid!!” – e ninguém questionou... E seguiu sua trilha skate new wave punk + doces melodias com os dois álbuns oficiais, além do recém-lançado The Many... Many Moods of... Boom Boom Kid!, uma mistura de b-sides, temas inéditos, versões acústicas e algumas faixas ao vivo.

Seja com o Fun People, seja como BBKid, o fato é que ele rodou o mundo: Ásia, Europa, América do Norte e Latina, sempre no esquema do it yourself e sempre deixando boas impressões (e vibrações) por onde passa. Um pouco dessas experiências ele relata no seu livro Ocurrencias de um cantor em desarrollo, inclusive com menções as suas muitas passagens pelo Brasil. Conheça nessa entrevista um pouco mais sobre os muitos, muitos humores de Boom Boom Kid.

Viegas: Você pode começar falando um pouco sobre suas origens, sua formação educacional e religiosa, infância, família...
BBKID: Meu pai escutava rock & roll e assistia filmes de terror em preto e branco. Eu adorava ver Bela Lugosi e odiava ver as cruzes. Estudava em escola católica, mas também odiava! Minha mãe queria me transformar em um católico. Ela tentou e tentou, mas desistiu quando tentei colocar fogo na igreja do meu pequeno povoado. O fogo pegou, mas sem muitos estragos. Então íamos cagar na porta da igreja no sábado de madrugada e as pessoas mandavam a polícia atrás da gente. Era engraçado.
Durante a semana andava muito de skate e foi por meio dele que fiz grandes amigos: os Big Boys. Nós escutávamos muito metal, Suicidal Tendencies, Dio, Black Sabbath...
Quando minha avó morreu mudamos de cidade e andei de um lado pelo outro pelas ruas e squats. Até que montei uma banda chamada Fun People, gravei discos, viajei pelo Brasil, provei o guaraná e nada mais foi igual.

Viegas: E de que forma esse background influenciou na sua formação de caráter, naquilo que você é hoje?
BBKID: Viver em um lugar cheio de seres malditos me fez perceber que não queria crescer e viver como eles, queria tentar fazer algo diferente desse meu pequeno mundo...

Viegas: Tanto com o Fun People, quanto agora como BBKid, você rodou diversas vezes a América Latina. Como você enxerga o Brasil quando o assunto em questão é a chamada “identidade latino-americana”, afinal é um país de dimensão continental e que não fala a língua oficial (espanhol) da América do Sul...
BBKID: Olha, esse assunto é muito extenso... Imagine se todos nós falássemos a mesma língua? Seria fantástico! E não só na América do Sul, mas sim no mundo todo! Mesmo sabendo que isso é triste, eu tenho que admitir que o inglês cumpre um pouco esse papel. O Esperanto tentou, mas não conseguiu... Tanto o português quanto o espanhol são línguas cheias de sangue! Bom, mas mesmo assim eu ainda prefiro o português ao espanhol.

Viegas: De onde surgiu a idéia do nome Boom Boom Kid?
BBKID: Eu gosto muito de mudar de nome: Miss Muerte, Nekro, Il Carlo... E Boom Boom Kid é uma mescla de Boom Boom Mancini (boxeador) com o meu guitarrista predileto Kid Congo Powers, do Gun Club, Cramps, etc...
Na verdade é minha eterna competição com Lee ‘Scratch’ Perry: quando chegar na idade dele eu espero ter ainda mais apelidos que ele... (risos)

Viegas: E o que muda de fato da fase Fun People para a fase BBKid? Ou é simplesmente um novo desafio?
BBKID: Eu continuo o mesmo, mas com outro nome. E isso é um desafio porque o mundo underground é um mundo de bandas, feito para bandas, e sair como solista para alguns é um problema. Muitas pessoas estão cheias de preconceitos. Mas o rock and roll está aí para romper com toda essa merda! E o BBKid está aqui para tirar toda a porcaria dos seus corações!!

Viegas: Voltando um pouco no tempo: Reza a lenda que o nome Fun People nasceu aqui no Brasil, quando vocês estavam de férias em Ubatuba... É verdade ou boato?
BBKID: Essa lenda é verdade. Eu tocava no Anesthesia, mas estava desiludido. Quando estava no Guarujá, Chuli (baixista do Fun People) conheceu o Gato (baterista do Fun People) e fomos para Ubatuba. Voltamos para a Argentina e começamos a tocar, e nós não tínhamos nem guitarra (como sempre). Aí apareceu um convite para gravar um LP. O Lucas entrou na banda e em três meses nosso primeiro álbum estava pronto.

Viegas: Você tem outro projeto também, chamado Il Carlo. Como as pessoas tem encarado um punk rocker interpretando temas de Phil Spector ou Henri Mancini? Você parece bem à vontade nesse território... Alcançou um novo público ou apenas fãs mais cabeça aberta de Fun People e BBKid?
BBKID: O bom de fazer as coisas sozinho e ter o seu próprio selo é que você tem liberdade para fazer muitas coisas. Não penso se as pessoas gostam ou não, senão estaria morto. Podem chamar meu som de Punk, Skate, Hardcore, Rockabilly, Metal, Pop, Ska, mas isso tudo é apenas um tipo de etiqueta para rotular o rock. Eu gosto da música porque ela é um remédio para a alma e me divirto em tocá-la e gravá-la. Sempre toco com a mesma intensidade e paixão.

Viegas: No primeiro disco do BBKid (Okey Dokey) você se refere a um dialeto, chamado Tum Tum Lunfardo. O que diabos é isso?
BBKID: (risos) Na realidade este é um idioma que eu uso para cantar, porque ninguém no mundo me entende, nem os que falam espanhol, nem os gringos... Então que tal misturar uruguaio, francês? Saiu o Tum Tum Lunfardo! Isso é verdade e não estou louco!

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quinta-feira, 5 de maio de 2011

REVIRANDO O ARQUIVO: CACHAÇA


Em Janeiro de 2004, escrevi e publiquei um texto chamado "Cachaça", no meu bobolog. Como muitos não tiveram a chance de ver na época, decidi publicá-lo novamente aqui no Zinismo.

Cachaça

Bendita seja a cachaça.
Que cura os fracos e os doentes.
Que ilumina o caminho dos perdidos.
Que traz paz de espírito aos amaldiçoados.
Que alegra os pessimistas e os moribundos.
Que consola os sofredores e os mal-amados.
Que une os desafetos.
Que mascara as diferenças sociais.
Que distrai os workaholics sempre ocupados.
Que concilia distintas e, por vezes, antagônicas religiões.
Que acalma os stressados nos seus dias de fúria.
Que estimula os molóides.
Que fortifica os perdedores.
Que junta velhos amigos.
Que aniquila as inibições dos tímidos.
Que aquece a libido das jovenzinhas inocentes.
Que prepara o bote dos garanhões.
Que melhora a performance dos amantes desajeitados.
Que emociona e solidifica o seu círculo de amigos.
Que garante a alegria débil dos pobres de espírito.
Que limpa a consciência do patrão sem escrúpulos.
Que apazigua a dor e a fome dos miseráveis.
Que celebra as vitórias e conquistas dos trabalhadores.
Que comove os valentes.
Que nos faz esquecer, ao menos um pouco, como somos tolos e egoístas.
Bendita sois vós dentre todas as drogas.
Amém.

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domingo, 1 de maio de 2011

O MELHOR TEASER CRIADO PELA MARVEL SOBRE VOSSO PODEROSO THOR

Atente-se aos pequenos detalhes: Em 0.08 (o nome do cãozinho!), 0.14(Action Figure do Thor), 0.21(A caneca) e 0.25(A placa do carro do pai!)

Por Asgard! ou A5G 4RD!!






OK! Eu sei que o videoxou passou esse teaser, mas vamos combinar que a Globo não tem a moral que o Zinismo tem em Asgard. Aqui o baguio é real! Minusquência, procedê e atitudi! Senão cabelo avua!!!

E quando acabar o esquema "só estudo sem diversão, faz de Ideia um bobão" eu devo postar aqui a verdade sobre o Primeiro Vingador, ou o Capitão América. Quero dizer, OS CAPITÃES AMÉRICA. Sim porque, além de Steve Rogers, outros três homens vestiram o uniforme do Capitão, mas isso fica pra depois!!!

Alguém aí topa ir cinema? Já estou nele, em Asgard!!!

1º DE MAIO DIA DO TRABALHO



Parabéns a todos que de alguma forma contribuem com seu trabalho para que a sociedade siga em frente.