quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A PRIMEIRA IMPRESSÃO


Por Marcelo Viegas

No fim de 2009, chegou finalmente a minha caixa dos Beatles (remasterizada e stereo). Para não correr o risco de ser tributado, efetuei a compra pela Amazon e mandei entregá-la na casa da mãe de um amigo nos EUA. E ela, muito gentilmente, trouxe a caixa quando veio para o Brasa. A manobra valeu a pena: a caixa que custa em média R$1.000,00 nas lojas brasileiras, saiu por 190 dólares (algo em torno de R$330,00). Uma bela economia, né não?

Manobra alfandegária revelada, vamos ao que interessa. E o que interessa, nesse caso, é ouvir Beatles stereo pela primeira vez. Coisa fina! Som absolutamente encorpado, alto, capaz até mesmo de atrapalhar conversas (afinal, sempre que tocava Beatles nas festas, o volume do som diminuía um bocadinho, tornando possível papear ao som de “Tomorrow Never Knows”. Not anymore!).

Mas, vale registrar a constatação de um beatlemaníaco assumido, daqueles que passaram a vida toda ouvindo e cultuando a banda, primeiro por influência paterna, depois herdando a coleção de discos do tio, e seguindo na deliciosa rotina de ouvir mais Beatles que qualquer outra banda ao longo de sua vida. Eis a constatação (que pode ser apenas impressão ou até mesmo equívoco): creio que a tal da remasterização + a transformação em stereo beneficiou sobremaneira nosso amigo Paul McCartney. Sem John (especialmente John) e George para garantir “direitos iguais”, Sir Macca talvez tenha puxado a sardinha pro lado do seu Höfner. Com todo o respeito e admiração, Ringo é voto nulo, sempre foi pau mandado.

Então, ou meus ouvidos estão me traindo, ou rolou uma ênfase desigual no som do baixo. Com exceção das músicas mais pesadas, como “Birthday” ou “Helter Skelter”, onde o som das guitarras sobressai naturalmente, a impressão que tive é de esmero e volume mais acentuados no baixo. Mesmo que não seja deliberadamente a intenção, é quase instintivo - estando ali ao lado do produtor, com os cotovelos apoiados na mesa - acabar olhando com mais carinho para o seu instrumento do que para os demais. Talvez eu esteja viajando, mas insisto na primeira impressão: o baixo bateu de uma maneira diferenciada.

Alguém mais teve essa impressão?

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6 comentários:

  1. Cara, não sei dizer, mas que tal deixar a caixa comigo uma semana para avaliação?

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  2. É, para não ser injusto acho que deveria ficar com a caixa também uma semana...

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  3. Então, mas falando sério. Quem já esteve em uma mesa de mixagem com a sua banda sabe que isso é possível, muito possível...

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  4. Cara, estou comprando a caixa "por partes", hehehe! Já adquiri o Álbum Branco, Rubber Soul, With The Beatles e Sgt. Peppers e também tive um pouco essa impressão, principalmente ao ouvir com fones de ouvido. Mas acho que não prejudicou não. O baixo do Sir é sempre elegante e uma delícia de ouvir, anyway. Mas atente para faixas mais roqueiras. A guitarra sempre predomina.

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  5. na boa... tb tive essa impressão. abbey road fica muito evidente. e tb, ainda ops primeiros sao melhores em mono. e isso não é ser purista.

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