quarta-feira, 16 de novembro de 2011

AMERICAN HARDCORE - A HISTÓRIA DO PUNK ROCK AMERICANO 1980 - 1986


A prática de fazer "copy-paste" de releases de imprensa não faz parte do modus operandi do Zinismo. Mas toda regra tem sua exceção: o release do DVD "American Hardcore - A História do Punk Rock Americano 1980 - 1986" foi escrito por mim, então achei justo reproduzi-lo aqui, para ilustrar essa nota avisando que o filme já está com a Pré-Venda rolando, no site Ideal Shop. Clique aqui e reserve o seu!

AMERICAN HARDCORE
A HISTÓRIA DO PUNK ROCK AMERICANO 1980 – 1986


“Não havia nenhuma organização de esquerda nos EUA nos anos 80. Mas havia o hardcore. Se você está procurando por radicalismo nos EUA nos anos 80, você deveria procurar o hardcore.” (Vic Bondi, do Articles of Faith, sobre o legado político do hardcore)

“Vou dizer exatamente o que está na minha cabeça, e vou fazer em 32 segundos.” (Ian Mackaye, do Minor Threat, sobre a proposta musical das bandas de hardcore do começo dos anos 80 nos EUA)


O diretor Paul Rachman teve bem mais do que 32 segundos para contar a história dessa geração no documentário “American Hardcore – A História do Punk Rock Americano 1980 – 1986”, mas conseguiu transmitir exatamente – com depoimentos, trechos de shows e contextualização de época – a energia, frustração e inconformismo com a ordem vigente (em termos políticos, musicais e comportamentais) que motivou aqueles jovens norte americanos a darem um passo além no Punk Rock.

Quem eram esses jovens? Para citar apenas algumas bandas: Black Flag, Circle Jerks, Minor Threat, Bad Brains, T.S.O.L., SS Decontrol, MDC, Bad Religion, D.O.A., Gang Green, Minutemen, Poison Idea, 7 Seconds, dentre muitas outras. Enquanto a América vivia sob a égide do primeiro governo Reagan, com a tradicional política externa de interferência e imperialismo, e internamente conservadora, careta e “pueril”, nos subúrbios de Los Angeles começava uma movimentação contrária a esse quadro: jovens que não estavam nem um pouco satisfeitos com isso, e disseram não!


Esse grito de negação, traduzido em músicas rápidas, agressivas e politizadas, disseminou-se rapidamente, tanto na Costa Oeste (LA, San Francisco, Orange County) quanto na Costa Leste (Boston, New York, Washington DC), “contaminando”, por fim, até mesmo o miolo do país, tradicionalmente mais conservador. O Hardcore estava nas ruas da América, contestando o establishment e construindo uma valiosa rede de contatos, que permitia o intercâmbio entre bandas, zines, discos, ideias. Sabe o tal do cenário underground? Então, começou ali.

Baseado no livro de Steven Blush (“American Hardcore: A Tribal History”), o documentário mostra cronologicamente o desenvolvimento dessa cena, através de depoimentos dos próprios protagonistas. Keith Morris e Greg Hetson (Circle Jerks), Ian Mackaye e Brian Baker (Minor Threat), Henry Rollins e Greg Ginn (Black Flag), H.R., Dr. Know e Darryl Jenifer (Bad Brains), Mike Watt (Minutemen), Vinnie Stigma (Agnostic Front), são algumas das vozes que dão vida ao relato.

Outros temas importantes são abordados, como a participação feminina, Straight Edge e, obviamente, a violência nos shows (e fora deles), que num determinado momento ganhou posição central e contribuiu para o desmoronamento daquele cenário. As brigas, somadas à crescente repressão policial e à desilusão pela reeleição de Ronald Reagan em 1985, foram baldes de água fria que minaram as energias e causaram o refluxo daquele movimento.

Porém, a história já havia sido escrita, em forma de acordes, ideias e ação. Um legado que abriu portas, mostrou caminhos e continua a inspirar. Como bem lembra Chris Doherty, do Gang Green: “Eles dirigem aquela merda de ônibus de turnê na estrada que nós construímos”.

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