quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DESOSSANDO ENDOAPOCALIPSE


O zinista Flávio Grão pode ser considerado um dos zineiros mais audaciosos da atualidade. Como se não bastasse lançar um zine como todo ser normal (ou com as faculdades mentais pouco danificadas), resolveu fazer uma versão em formato de livro.


E justiça seja feita: o trabalho e dedicação que teve para produzir essa história justifica cada centavo gasto nesse grande empreendimento. Afinal, é difícil descrever a grandiosidade dessa obra e o marco que representa dentro das publicações independentes.

Grão, com seu traço grosso e que remete à xilogravura, conta uma história sem usar uma única palavra, ou mesmo algum quadro, apenas conduzindo o leito por meio de ilustrações sequenciais que o conduz por um mundo imaginário (ou não). Ao mesmo tempo que o leitor (ou observador) tenta decifrar as mensagens subliminares, é conduzido à reflexão do mundo e de si. O caos conduz todo esse universo em plena ebulição.

Endoapocalipse é o terceiro número da série Manufatura. Todas as demais histórias seguem no mesmo estilo poético-filosófico, sem textos, balões e quadros, tornando essa a fase mais marcante e intrigante na obra de Flávio Grão.

Esse mais recente lançamento ganhou até um vídeo clipe:



Por ser uma obra ímpar, esse material merecia uma análise profunda e, em um e-mail para o autor, o Doutor em Educação, zineiro, ilustrador e sábio Elydio dos Santos Neto fez um raio-x da publicação, a qual autorizou para postarmos aqui no Zinismo.

O estudo feito por Elydio se divide em duas partes: uma em que deu uma olhada despreocupada, sem se aprofundar em detalhes; e outra já fazendo uma análise mais cirúrgica.

Atenção: o texto abaixo contém SPOILER! Caso prefira decifrar Endoapocalipse de sua forma, sem influências, recomendo que leia a produção de Elydio depois de tirar suas próprias conclusões...

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Minha sequência de leitura/visualização, a partir da qual, escrevo meus comentários, foi feita da seguinte maneira:

1. Ocupei tempo em decifrar, para mim, o que significa a expressão Endoapocalipse;

2. Fiz uma primeira leitura, sem maiores preocupações, mas já influenciado pela minha compreensão de Endoapocalipse;

3. Li seu processo de produção da obra;

4. Fiz a minha segunda leitura, agora com suas informações.

O significado de endoapocalipse para mim, Elydio

O prefixo grego ENDO significa para dentro, interno. De meu pouco conhecimento sobre a Bioenergética sei que tudo o que é ENDO está relacionado aos nossos tubos internos, da boca até o ânus, e tem a ver com o mundo das nossas emoções e como lidamos com elas. Segundo esta corrente de psicoterapia também o formato de nossos corpos é definido a partir de como lidamos com o nosso mundo ENDO. APOCALIPSE é caos, guerra, morte, transformação, fim de um tempo, passagem, mudança.

Assim o Endoapocalipse começou a se desenhar para mim como uma narrativa de conflitos apocalípticos motivados pelo desequilíbrio do mundo interno, de modo especial do mundo relativo às emoções.

A primeira leitura de ENDOAPOCALIPSE, rápida e sem maiores preocupações

Chamou-me a atenção o fato da narrativa começar com uma criança, assim interpretei, lendo um livro. Fanáticos aproximam-se. Há luta pelo poder e para destronar o poder assumido. Na luta percebe-se que há o grupo dos “mascarados de madeira” e o grupo daqueles que não se desumanizaram. Há morte, transformação e libertação, mas volta-se às crianças consumindo uma fruta de madeira que pode ser o recomeço de novo ciclo de desumanização.

Minha observação sobre seu processo de produção desta narrativa

Gostei demais de ter lido a narrativa da produção. É muito interessante ver como a obra foi sendo construída: o primeiro passo, as intuições, as dúvidas, as possibilidades, as tentativas, as insatisfações, os rabiscos, as escolhas, os cortes, a influência da linguagem dos quadrinhos, o aspecto fanzineiro em diálogo com o livro-arte, a aproximação à outra linguagem artística. Muito legal. A leitura do processo de produção também me confirmou a interpretação que eu vinha fazendo sobre as máscaras de madeira. Inicialmente não tinha bem certeza se era isso, embora houvesse muitas evidências que me encaminhassem para esta leitura. As explicações sobre as torres, o barril de madeira e as máscaras foram fundamentais para mim.

Embora sua narrativa não seja, a rigor, uma história em quadrinhos, eu a li como uma narrativa de história em quadrinhos na qual o requadro se identifica com cada página-suporte, embora não haja textos, nem balões, nem recordatórios. Cada página é, para mim, um grande requadro.

Minha segunda leitura, após a leitura de seu processo de produção



Quadro 1 – Um menino lê, encostado numa pedra, sob uma árvore, um livro que ensina algo sobre máscaras de madeiras. Talvez ensine sobre como ser um mascarado. Uma tempestade se aproxima no horizonte.

Quadro 2 – A tempestade traz algo que é ameaçador, embora não seja claro exatamente o que é.

Quadro 3 – Aproximam-se seres portando sobre suas cabeças torres de poder. Estão como numa marcha ou numa procissão. Empunham estandartes. É uma caminhada de afirmação de poder. Lembrou-me muito a conservadora TFP (Tradição, Família e Propriedade).

Quadro 4 – Do quarto um ser humano observa. Ele está deitado. Parece não ter força nos membros do corpo.


Quadro 5 – Esse alguém no quarto é diferente. Sua cabeça tem a ver com a madeira, com a árvore, com um transformação interna na qual sua humanidade vai sendo esquecida. Quadro 6 – O processo se completa. O ser agora é um “cabeça de madeira”. No chão vêm-se muitas máscaras de madeiras amontoadas, o que parece um sinal de que o processo de transformação em cabeça de madeira é um processo social que envolve muitos e que se perde no tempo.


Quadro 6 – O processo se completa. O ser agora é um “cabeça de madeira”. No chão vêm-se muitas máscaras de madeiras amontoadas, o que parece um sinal de que o processo de transformação em cabeça de madeira é um processo social que envolve muitos e que se perde no tempo.


Quadro 7 – Mostra o “processo educativo madeirante”, isto é, o processo educativo segundo o qual na convivência com adultos cabeças de madeira, as crianças também vão se transformando em cabeças de madeira. Esta imagem me lembra muito do conto de Rubem Alves: “Pinóquio às avessas”.

Quadro 8 – Mostra uma mulher cabeça de madeira. É um feminino que está tão preocupado com seus aspectos externos (maquiagem, compras, roupas...) que esqueceu seu aspecto ENDO e acabou se desumanizando. À sua volta as coisas pegam fogo, mas ela não percebe.

Quadro 9 – Um ser, cabeça-de-torre-de-madeira, mostra seu poder e está liderando uma massa de cabeças de madeira. Eles puxam “cordas” que estão ligadas ao céu. A sensação que se tem é que puxar as cordas do céu daquela maneira, como se fossem abri-lo, é uma atividade que dá muito poder.

Quadro 10 – Aparecem muitos cabeças de madeira puxando cordas do céu como para romper certa ordem e introduzir o caos.

Quadro 11 – A partir deste quadro o caos apocalíptico, doENDO, começa a aparecer com maior clareza. Aqui, por exemplo, um soldado cabeça de madeira carrega uma enorme bomba, com certeza para se detonada e introduzir destruição no céu rompido por meio da GUERRA.


Quadro 12 – Outro ser, também cabeça de madeira, foge com alimentos para introduzir a FOME.


Quadro 13 – Cabeça de madeira, ferido e sangrando, assim mesmo despeja balas
para matar num sinal de que a GUERRA produz DOENÇAS MORTAIS que se espalham tal qual peste.

Quadro 14 – Uma verdadeira besta do Endoapocalipse, num cavalo-coisa, é a própria personificação da MORTE a espalhar a idolatria do dinheiro dos máscaras de madeira. As notas como que se colam nas mãos dos cabeças de madeiras, esquecidos de si mesmos e de sua humanidade.

Quadro 15 – Este quadro mostra que ainda há humanos que não se madeirificaram, não se desumanizaram. Eles se reúnem, guiados por um líder, sob o céu rompido.

Quadro 16 – Os humanos se rebelam, transgridem, fogem de seus esconderijos. Agem e atacam os cabeça de madeira.

Quadro 17 – Na medida em que as máscaras de madeira vão sendo destruídas percebe-se que seus “moradores” são seres humanos. Eles estão esquecidos de que são seres humanos, mas o são.

Quadro 18 – Um dos cabeças de madeira cai na água do que parece ser um rio. É o rio das próprias emoções que tiram a máscara de madeira e, paradoxalmente, a transformam num bote salva-vidas, sinal de que a máscara, quando vivida sem reprimir o ENDO e sem negar o humano, pode ajudar o ser humano a lidar com a relação entre o “ENDO interno” e as exigências exteriores da sociedade.

Quadro 19 – No entanto, outros máscaras de madeira vão se enrolando e se perdendo no emaranhado dos fios/cordas que estavam puxando dos céus.

Quadro 20 – Muitos cabeças de madeira são presos e conduzidos, em grupos e algemados, para um lugar onde se dará alguma transformação.

Quadro 21 – Os cabeças de madeira presos passam pelo processo de transformação da morte e suas energias retornam aos céus.

Quadro 22 – Os “humanos vencedores” costuram o céu para restaurar a ordem do caminho humano e para impedir contato com a energia dos cabeças de madeira que foi recolhida nos céus. Paz, ao menos temporariamente...

Quadro 23 – ...Porque nova borrasca se aproxima.

Quadro 24 – A borrasca aumenta e aumenta...

Quadro 25 – Crianças, no meio da borrasca, vão apanhar um fruto, das árvores ali fincadas, para comer...

Quadro 26 – Surpresa! O fruto tem a semente dos cabeças de madeira... O processo madeirizante/desumanizador pode recomeçar, ameaçando romper novamente os céus, se os humanos não estiverem atentos, de modo especial, em seus meninos e meninas.

Minha interpretação “final” de Endoapocalipse
Num trabalho artístico de excelente qualidade você faz, Flávio, um grito de alerta à nossa humanidade presente: Se sucumbirmos diante das exigências do mundo externo-social, simplesmente reproduzindo o que a sociedade deseja de nós e esquecendo de cuidar de nosso mundo interior (ENDO), então estaremos constituindo um processo desumanizador que pode terminar em manipulação, negação do si mesmo e infelicidade.

Para Jung a máscara deveria ser um instrumento de proteção à exposição de nossa psique, mas ela pode ser altamente danosa quando o sujeito se confunde com a própria máscara. As máscaras não somos nós por inteiro e nós não somos as nossas máscaras quando nos percebemos inteiros. Portanto, máscara pode ser desumanizante. Máscara que impõe sermos o que o outro (a sociedade dominante) deseja que sejamos estabelece um putrefato processo de necrofilia.

As máscaras, porém, de acordo com você não precisam necessariamente serem vencedoras. Há esperança de transgressão dos humanos ainda não cooptados pelo DESEJAR dos outros. Mas esta esperança há que ser sempre atenta e estar sempre vigilante, pois os frutos dos cabeça de máscaras permanecem mesmo quando eles já foram transformados.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

TEASER DO NOVO ÁLBUM DO AÇÃO DIRETA

Patrimônio do punk/hc nacional, e em particular da cena do ABC, o Ação Direta vai lançar seu oitavo disco em dezembro de 2012. World Freak Show é o nome do álbum de 11 faixas, produzido por Marcelo Pompeu e Heros Trench, no estúdio Mr. Som. WFS trará muitas participações especiais, entre elas: Alex Camargo (Krisiun), Vlad (Ulster), Rodrigo Lima (Dead Fish), João Kombi (Test), Wagner e Gigante (ET Macaco) e Pompeu (Korzus).

O disco também marca os 25 anos da banda. 1/4 de século de bons serviços prestados ao punk/hc brasileiro.

Veja o teaser:



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COISA NOSSA


Acabei de chegar em casa, depois de assistir um show do Bocato, num Parque bem próximo a minha casa. É sempre prazeroso ver esse legítimo filho de São Bernardo em ação, ainda mais assim, na sua "quebrada".

Itacyr Bocato Júnior, nascido em 30 de novembro de 1960, é talvez o mais talentoso trombonista brasileiro de todos os tempos. Iniciou seus estudos na banda da Escola Municipal Baeta Neves, aos 7 anos de idade. Passou pela Fundação das Artes de São Caetano, pelo Instituto de Música do Planalto e pela Unesp, onde estudou composição e regência.

Já tocou com músicos como Arrigo Barnabé, Itamar Assunção, Elis Regina, Ney Matogrosso, Rita Lee e Roberto Carlos, dentre outros. Gravou vários discos, fumou incontáveis maços de cigarro e levou sua música para diversas partes do globo, inclusive para o renomado Festival de Montreaux, em 1999.

Um jazzista que faça jus ao título tem que possuir causos e lendas na sua trajetória, e Bocato possui um bocado, com perdão do trocadilho. Daria um belo livro, e se ninguém arregaçar as mangas e abraçar essa missão, eu teria prazer em me candidatar a esse cargo.

Cambaleante e bem humorado, desleixado (com suas roupas e modos) e rigoroso (com a qualidade de sua música), folclórico e viajado, Bocato segue construindo sua história, que certamente o levará ao status de lenda. Tomara que possa colher os frutos disso em vida. Tomara.

Como diria o Fred 04: Dá-lhe Bocato!


[texto originalmente publicado em /o_livro, no dia 18 de maio de 2008]

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domingo, 25 de novembro de 2012

O NOVENTACIONÁRIO

Confesso, sou um noventacionário. Ou seja, um reacionário pró-anos noventa. Essa palavra, como você sabe, não existe. É apenas uma brincadeira, algo válida, algo sincera, com esse espírito de apego às coisas dos "dourados" anos noventa. Você também pode inventar a sua palavra adequada. Tinha pensado em "noventrógrado", tem quase o mesmo sentido.

O apego é inevitável. Não apenas o meu particular apego, mas o apego geral das pessoas referente aos seus respectivos anos dourados, normalmente associados aos anos da juventude. A "melhor época" é sempre a sua época, lição importante que aprendi com um amigo. Como jornalista, tento evitar esse favorecimento às coisas relativas à minha época. Mas como indivíduo, com gostos e desgostos, ou ainda como blogueiro, o que me permite certa liberdade, mando esse policiamento à merda.

É comum, previsível e até enfadonho ver um noventacionário escrevendo sobre bandas dos anos noventa, ou vídeos de skate dos anos noventa, ou seja lá qual for a manifestação estética-cultural-artística-comportamental desse período. Mas a gente continua fazendo isso, foda-se, é quase inconsciente, instintivo. Porém, percebe-se a importância de algo quando alguém desinteressado ou exterior aos fatos/época atribui valor à essas coisas. Um exemplo prático: uma banda de guris de vinte anos (quando muito) tocando um som datado, que remete imediata e incontestavelmente aos sons praticados numa época bem distante da sua. Nessa hora você pára e pensa: "não tem mais pra onde ir, tem que olhar pra trás mesmo".

Do prático ao específico: é o caso da banda DIIV. Pronuncia-se Dive. Quarteto de New York formado em 2011. O dono da banda é Zachary Cole Smith, que também toca guitarra no Beach Fossils. Eles lançaram um excelente debut esse ano, chamado Oshin. Quando você escuta DIIV, a impressão é que está ouvindo uma banda do começo dos anos noventa. Guitar band nos moldes antigos, ou como a Spin bem definiu, neo-shoegaze. Zachary não viveu os anos noventa, mas é tão noventacionário quanto eu. Ou quanto o Lê Almeida.



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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

LARANJA MECÂNICA - 50 ANOS

Laranja Mecânica, o livro, está completando 50 primaveras. Para comemorar, a Editora Aleph lançou uma edição especial da obra de Anthony Burgess, com ilustrações exclusivas de Angeli, Dave McKean e Oscar Grillo, além de muito material extra: notas, entrevista com o autor, etc.


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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

LIVRO DO SLAYER SERÁ LANÇADO NO BRASIL

Esse natal promete ser sangrento. A Edições Ideal anunciou o lançamento do livro que conta a trajetória do Slayer. O nome do livro é "O Reino Sangrento do Slayer" e pode ser adquirido aqui.



Eis a nota oficial divulgada pela editora:

Satanismo, Thrash Metal e Fãs Insanos: livro conta a polêmica história do Slayer
Existem muitas bandas de metal, mas o Slayer é incontestavelmente uma das mais conceituadas no mundo. São mais de 25 anos de thrash metal extremo: rápido, pesado e polêmico. No livro "O Reino Sangrento do Slayer", lançado pela editora Edições Ideal (a mesma que trouxe os livros do Rage Against The Machine e do Dave Grohl, entre outros), há relatos sobre o surgimento da banda, seus integrantes, histórias que envolvem outras bandas como Metallica, Megadeth, Soulfly e Slipknot, e ainda a ligação do Slayer com o satanismo e terrorismo religioso (e claro, toda censura que sofreram por causa disso), além de fotos raras do início da banda. O livro está a venda em pré-venda no site das principais livrarias do país, e chega às lojas no começo de dezembro.

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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

EXTENSAS ESTRIAS DEL ESTEN SIÑOR - VIDEO DO ZINE DE RODRIGO OKUYAMA

Rodrigo Okuyama é um dos mais brilhantes ilustradores da atualidade no nosso país.

Seus zines são confeccionados com uma mistura insana de técnicas manuais (estencil, carimbos, costuras) e uso criativo de suportes e tintas.

O zine Extensas Estrias del Esten Siñor é um dos seus trabalhos mais significativos e Rodrigo fez um video onde podemos ver todas as nuances da produção desta obra.

Desfrute:



Artista: RODRIGO OKUYAMA
Câmera e Edição: MÁRCIO SNO
Assistente de Gravação: CALVIN KONNO
Trilha Sonora: SNOOZE - Mariana's Butterflies

sábado, 17 de novembro de 2012

TUSQ: ENTREVISTA EXCLUSIVA + NOVO CLIPE

A banda alemã Tusq, que já esteve no Brasil e aqui no Zinismo em 2011, lançou recentemente o clipe “drive”, música que faz parte do seu novo álbum, que será lançado no começo de 2013. Com exclusividade, o Zinismo conversou com o vocalista Uli, que falou sobre o clipe, o disco novo (Hailuoto) e os recentes shows na Rússia. Veja o clipe e confira a entrevista.



Zinismo: O Tusq recentemente lançou um novo vídeo, para a música “drive”. O clipe traz imagens da banda na estrada, na Rússia, Brasil, Argentina. Você já captou essas imagens com o pensamento de usá-las num clipe?
Uli: Eu trabalho como produtor de vídeo, então pra mim é muito natural documentar nossas viagens, shows e tours. Minha câmera estava comigo o tempo todo, e essas imagens foram registradas sem pensar necessariamente no clipe. Quando terminamos as gravações para o nosso novo disco, Hailuoto, tivemos a certeza que a música “drive” seria o primeiro single, o que me deixou muito feliz porque tinha o material perfeito para editar um vídeo de tour.

E o novo disco? Pelo que escutei, ele me pareceu “menos feliz” do que o anterior...
Bem, dá pra dizer que o segundo álbum tem um pouco mais de melancolia. Se por um lado as músicas são um pouco mais lentas, por outro são muito mais melódicas. A diferença em relação ao primeiro disco é que agora nós somos uma banda de verdade, porque fizemos muitos shows juntos. Quando escrevemos e gravamos o primeiro disco, nós não tínhamos feito sequer um show.

O nome Hailuoto é a cidade onde foi gravado?
Na verdade não é uma cidade, mas sim uma ilha. Hailuoto fica no extremo norte da Finlândia. É um lugar impressionante, e as 4 semanas que passamos lá foram muito intensas. Então pensamos que esse nome sintetiza bem o que são essas músicas, além de soar muito bem.

Esse ano vocês tocaram na Rússia pela primeira vez. Como foi a experiência?
Nós fizemos 5 shows na Rússia: 3 em Moscou e 2 em São Petersburgo. Foi fantástico. O público muito entusiasmado nos shows, além do que esperávamos. A vibe e a empolgação me lembraram da minha primeira tour no Brasil, em 2002. Ok, o clima é um “pouco diferente” (substitua sol e coqueiros por temperatura negativa e neve), e além disso imagine beber vodka ao invés de cachaça (risos). A Rússia é realmente gigante, e as duas cidades que visitamos foram muito impressionantes.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

LIMP WRIST AO VIVO NO CCJ

Confira os vídeos logo abaixo, com entrevista e trechos do show da banda punk/queercore Limp Wrist no CCJ, na capital paulista.

Vale destacar a impressão positiva causada pelo espaço nos integrantes da banda, como comprova o depoimento do vocalista Martin Sorrondeguy: "Quando os jovens se reúnem nos EUA, os mais velhos ficam assustados, a polícia fica assustada, todo mundo fica assustado. Aqui você tem, no mesmo lugar, pessoas dançando break e uma banda punk tocando."





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CONEXÃO VIOLINS-ELIS-BAUHAUS


Aproveitando o papo de capas e similaridades do post de ontem, resolvi resgatar essa antiga notinha (escrevi em 2008, para uma rede social), que trata de um tema parecido...

Da série “cara de um, focinho do outro”. Temos aí, lado a lado, as capas dos discos “A Redenção dos Corpos” (Violins, 2008) e “O Fino do Fino” (Elis Regina e Zimbo Trio, 1965). Parecidas, não?

Eu estava aqui ouvindo o disco do Violins, preparando a resenha pro Ouvidos Atentos do próximo mês, quando olhei para a capa e tive um estalo. “Essa capa me lembra alguma coisa”, pensei. Nossa memória trabalha de maneira incrível às vezes, e somos capazes de lembrar coisas guardadas no inconsciente há muito tempo. Ou seja, não significa que as tenhamos esquecido. Eles estão lá, num cantinho, esperando apenas o estímulo necessário para vir à tona.


“Já sei”, disse em voz alta. Levantei, fui até a estante de CDs e peguei o disco da Elis. Bingo! Não é uma cópia deslavada, mas não dá pra negar a influência na composição da capa, no lance geométrico, nas cores e no tipo de fonte escolhida.
Escola Bauhaus, Kandinsky, Modernismo Alemão, como lembrou um amigo.

Apenas uma curiosidade, que resolvi compartilhar com vocês.





 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

SEPARADAS NO NASCIMENTO

Shepard Fairey tem um estilo inconfundível. Basta bater o olho para identificar uma obra do cara. "Isso é Shepard". As duas capas de disco logo abaixo comprovam isso. Led Zeppelin e Bad Brains. Universos musicais e ideológicos bem distantes, unidos por capas que conversam - e muito - entre si.








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ESCUTE O NOVO THE EVENS


The Odds é o nome do novo álbum do duo The Evens. Escute o disco no player logo abaixo:



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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

DELTRON 3030 NO BRASIL

Del Tha Funkee Homosapien não é apenas um dos mais conceituados MC's do rap norte-americano. Ele é também - e para muitos, principalmente - uma das vozes que mais mexe com a memória afetiva dos skatistas. A conexão Del + Hiero + vídeos de skate é antiga e forte. Desde o primeiro Plan B (1992), com "Ahonetwo, Ahonetwo", até o infinito (pra fazer o trocadilho com outro membro da família Hiero).

No começo dos anos 2000, Del uniu forças com o produtor Dan The Automator para trazer ao mundo Deltron 3030. Além da dupla Del-Dan, participaram do debut nomes "fraquinhos" como Sean Lennon, Money Mark, Scott Harding, Damon Albarn, dentre outros. Ou seja, só monstrinho. Resultado: um dos discos de rap mais legais que esse planeta azul já conheceu.

E agora, no mesmo ano em que eles anunciam um novo disco (ainda não saiu), também estão de malas prontas pra tocar no Brasa. Duas datas, 01 e 02 de dezembro, no Festival Batuque, no SESC Santo André (SP). O line-up do fest ainda inclui: Los Sebosos Postizos, projeto paralelo dos integrantes da Nação Zumbi, B. Negão & Os Seletores de Frequência, Rodrigo Campos, Projeto Nave + Indee Style, Kamau, Doncesão & Pizzol e MC Anelis Assumpção, acompanhada do DJ PG.

Rodrigo Brandão, um dos organizadores do festival, adiantou para o Zinismo um pouco do que está por vir: "O Deltron vai se apresentar com uma orquestra de câmara. Quando ficaram sabendo, através da nossa agente, que fomos os produtores dos concertos do Verocai no ano passado, fizeram questão de usar os mesmos músicos, daí estamos com essa missão extra de arregimentar e organizar ensaio bilíngüe!"

Os ingressos começam a ser vendidos nessa sexta, 16/11, em toda a rede SESC.

E, antes da linha cair, mais uma informação via-Brandão: "Pode avisar, em primeira mão, que o Just Blaze, produtor de meio mundo, de Jay-Z a M. E. D., passando por Jay Electronica, tá no bonde também."

Recado dado!







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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

ENDOAPOCALIPSE


ENDOAPOCALIPSE é a nova obra do zinista Flávio Grão. Uma graphic novel ao estilo do autor, oferecida ao mundo no bom e velho esquema do it yourself. Desenhou, recortou, pensou, escreveu e, no final do processo, decidiu por uma entrega bipartida: você pode escolher entre a versão de luxo, capa dura, apenas 30 exemplares, ou a versão formato zine, com acabamento de gráfica e preço super acessível.

Para mais infos, clique aqui.

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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

BLUE LINE

Brian Lotti é um dos realizadores (na falta de palavra mais exata) que mais entende da dinâmica, fluidez e ritmo do skate. Ajuda o fato de que ele foi um skatista bem acima da média nos anos 80 e 90. Já tinha assinado o First & Hope, com trilha do Beck, mostrando skate pelas ruas de Los Angeles. E agora vem com esse curta, chamado Blue Line, mais uma vez explorando as possibilidades da continuidade num vídeo de skate.

Cinco minutos de pura poesia visual.

Blue Line from Brian Lotti on Vimeo.

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