quinta-feira, 18 de agosto de 2011
ENTREVISTA ESKIMO
Eskimo é Patrick Laplan. Ou, pra ser mais exato, é Patrick Laplan, Cauê Nardi (voz) e mais músicos/amigos convidados. Mas o leme está mesmo na mão do Capitão Laplan. Figura ativa da cena musical carioca, com passagens por Los Hermanos, Tom Bloch e Biquíni Cavadão (dentre outras), montou sua banda Eskimo em 2006. E agora lança o primeiro álbum cheio, daqueles cheios de verdade, 70 minutos de música, chamado Felicidade Interna Bruta. O multi-instrumentista trocou uma ideia com o Zinismo, confira!
ZINISMO: Você assina todas as letras? Como é ver/ouvir suas letras interpretadas por outra pessoa?
LAPLAN: Quase todas. “Dama de Honra” é minha com o Carlos Duarte, e “Bipolar” é minha com o Pedro Veríssimo. Sobre a interpretação... Foi um processo de construção muito bonito. O Cauê Nardi foi super respeitoso. Quis entender a história em cada uma, pelo menos a essência, pra fazer jus ao que foi escrito. Pra mim, o sentido de você dividir algo é apreciar as diferenças. Talvez alguém até pudesse interpretar exatamente como eu pensei, mas o frio na barriga vem justamente do "não esperado".
ZINISMO: Felicidade Interna Bruta. O título é um indicativo de que esse álbum é, até agora, a obra de sua vida?
LAPLAN: É isso mesmo. A semente. O começo.
ZINISMO: Você se incomoda com o fato da mídia descrever o Eskimo como seu “projeto” indie e sempre usar como referência sua passagem pelo Los Hermanos e Biquíni Cavadão?
LAPLAN: Não. Não tenho nenhum problema com minhas passagens por essas bandas. Foram experiências felizes, frutíferas e construtivas. Além do fato de ilustrar um pouco de onde eu vim para o possível ouvinte. Acho que isso vai ser sobreposto naturalmente conforme o Eskimo se solidifique como "instituição". Acho que a palavra "Indie" me incomoda mais. É limitadora. Se refere a um tipo de som, e não ao fato de ser uma banda de uma gravadora independente.
Francamente não temos um som "Indie". E isso confunde o ouvinte. Quem gosta de indie vai ouvir e não vai entender o link. Quem não gosta nem vai querer ouvir o disco. É um som trabalhado, pensado e rebuscado demais pra ser indie. Eu gosto de indie, e sei que o Eskimo é Náutico World Music.
ZINISMO: O álbum é 100% independente? Quais serão as formas de distribuição?
LAPLAN: O disco foi feito de maneira 100% independente. Porém, estamos nos juntando a um grupo que vai facilitar a distribuição. Em breve novas sobre isso. Mas a melhor distribuição está sendo feita desde o começo: amigos recomendando para amigos. Isso me deixa muito feliz. É o... "Você conheceu o Eskimo por que viu na TV? Por que ouviu no radio? Por que viu numa revista especializada?" – “Não. Conheci porque um amigo dividiu comigo." Isso é ouro. Isso fica.
ZINISMO: Na era da Internet e do MP3, o formato de álbum, full-length, parece cada vez mais “coisa de velho”. E, nesse contexto, nasce FIB, 70 minutos, começo, meio e fim. Como é isso?
LAPLAN: É uma coisa forte sob a qual fui criado, na qual ainda acredito. Não é "coisa de velho" não. Se uma banda pensa num disco como um amarrado de singles, ou músicas soltas, sem sentido uma com a outra, não faz sentido o conceito de álbum. O Eskimo precisa dessas músicas juntas pra explicar o que é, e do que é capaz. Se você ouvir "Harbolita" sozinha, terá uma idéia do Eskimo. Se ouvir "Forte Apache" terá outra. Eu quero a terceira idéia, que é o ouvinte saber que ambas são da mesma pessoa, e moram no mesmo prédio. E que é um prédio lindo. Onde se permite. Onde tudo está abrigado e convivendo. Cinematograficamente falando, eu quero mostrar a vida dessas pessoas dentro do prédio, onde elas vivem. Não como é a vida delas andando por aí.
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