No esquema guerrilheiro, uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, os diretores optaram por captar imagens usando apenas luz natural, priorizando as filmagens no fim de tarde, quando a luz tem um tom alaranjado. Depois da captação pelas ruas de São Paulo e São Caetano do Sul, a dupla se separou, e Cassio embarcou para Berlin (Alemanha) com os 7 rolos de Super 8 na bagagem para a próxima etapa: revelação, telecinagem e finalização.
O resultado é um videoclipe sutil e bonito, que lida com a questão da memória afetiva. Num contraponto com o refrão, que diz “Deixe-me sair”, a linguagem do clipe parece um convite discreto ao interior do artista, às suas raízes, na medida em que passeia por locações que remetem à sua juventude e infância. Viaduto Santa Efigênia (onde ele tanto andou de skate no começo dos anos 90), Estação de Trem de São Caetano do Sul (morou por muitos anos na divisa de São Paulo com a cidade do ABC Paulista), Museu do Ipiranga (que presenciou suas primeiras remadas em cima do carrinho), Avenida Paulista (lá ele estudou, e hoje transita com seu skate por suas calçadas reformadas) e Vila Arapuá (o bairro onde residiu por tanto tempo, em cuja casa elaborou suas primeiras e quase secretas rimas).
Traduzindo em imagens as ideias e sentimentos da letra, o clipe de “A Bagunça das Gavetas” é mais um passo estudado e muito bem executado na trajetória de Parteum. Reflete o amadurecimento do músico que nunca se contentou com a vala comum, e que vai, cada vez mais, ganhando força e segurança para bagunçar outros lugares, além das próprias gavetas.
Assista o clipe:
A Bagunça das Gavetas from Parteum on Vimeo.
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