quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SAMIAM – MINIENTREVISTA




Por Marcelo Viegas


Aproveitando a passagem do Samiam pelo Brasil, fiz uma entrevista com o guitarrista Sergie Loobkoff. Uma parte dessa conversa estará na próxima edição (142) da revista CemporcentoSKATE, e separei alguns trechos exclusivos para o Zinismo.


ZINISMO: Numa entrevista recente, você mencionou a música “Dull” (do álbum Astray). É sua música favorita?

SERGIE: Bom, eu não escuto Samiam. Creio que devo ter mencionado que é uma das minhas músicas favoritas para tocar. Mas, para ser sincero, não é o Samiam que faz a música ser legal: é a plateia, os fãs, que geralmente gostam muito desse som. Para mim, o Samiam só é legal quando a plateia é legal. Muitas vezes, se a plateia é uma merda, nós também somos uma merda. Acho que bandas mais “populares” aprenderam a fingir, e fazem um show animado independente da resposta da plateia.

ZINISMO: A letra de “Dull” fala sobre um amigo de vocês que cometeu suicídio, certo?

SERGIE: Eu acho que “Dull” agrada tanto por conta de sua letra, que é obviamente real e significa muito para o Jason [Beebout, vocalista], que era muito mais amigo do Lucky do que eu. Conhecia o Lucky há muitos anos, e gostava muito dele, mas não tanto quanto o Jason. Ele era baixista de uma banda chamada 15, que inclusive lançou um disco com o nome dele. Ele era uma pessoa muito amada na nossa área. Foi uma situação terrível, sem dúvida.

ZINISMO: Como vocês se sentem tocando essa música em todos os shows?

SERGIE: Pra ser sincero, quando tocamos essa música, acho que abstraímos um pouco o seu significado pessoal. É natural deixar de lado qualquer pensamento negativo quando estamos no palco. Apesar de sermos uma banda com muitas letras tristes, gostamos de nos divertir quando estamos tocando. Creio que muitas pessoas devem ficar confusas quando assistem um show do Samiam pela primeira vez, pois esperam ver um bando de perdedores tristonhos com ar depressivo no palco (risos).

ZINISMO: Vocês são contemporâneos de grandes bandas como Sense Field, Farside, Split Lip/Chamberlain, Texas is the Reason, Promise Ring e Sunny Day Real Estate. E a maioria delas não existe mais. Sente falta dos anos 90? Como é ser uma das últimas bandas dessa geração ainda em atividade?

SERGIE: Eu acho que isso é natural: as coisas na vida vêm e vão. As coisas mudam. Há boa música sendo feita hoje, por isso não vejo necessidade de ficar insistindo tanto no passado. Eu adoraria ver o Texas ou o Promise, mas não morreria se não os visse novamente. Vi o suficiente nos anos 90 (risos). Na nossa recente tour pela Austrália, o Bodyjar abriu pra gente, e foi incrível vê-los. E na Flórida, o Snuff tocou conosco! Eu fiquei alucinado! Foi demais! E não conseguia tirar as mãos do meu celular, porque ficava mandando mensagens para todos meus amigos, alardeando que estava testemunhando essa ou aquela música (risos)!


[Foto Alexandre Vianna – Para ver mais fotos e resenha do show do Samiam no Hangar 110, visite o site da revista OE]

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3 comentários:

  1. É sem dúvida ele não tem nada de depressivos no palco, vide o vocalista derramando Jack Daniels direto na goela do público...hehe

    Engraçado vc perguntar sobre Dull, acho que se fosse entrevistá-lo faria mais ou menos a mesma pergunta... hehe

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  2. Coment atrasado, mas vale a pena!

    Uma palavra sobre Dull: SALVADOR!!!

    I don´t want to spend another long, long weekend by the phone without anyone to call!
    I´ve got a lot of time to think and i´m so tired of thinking, I know why he´d put a bllet in his skull!!!

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Andarilhos do Underground: ZINAI-VOS!!!