quinta-feira, 21 de outubro de 2010

QUAL CLIPE?

Já falei aqui - e se bobear foram diversas vezes - sobre vídeos de Skate, sobre a importância desses registros para a cultura alternativa em geral, indo muito além do nicho do Skate. Todo mundo gosta de vídeo de Skate, todo mundo! Até quem não anda de skate. Seja pela fotografia, pela edição (muitas vezes avant-garde), pelas manobras, pelas palhaçadas ou, muito especialmente, pelas trilhas! Ah, as trilhas de vídeos de skate... Isso daria uma tese de mestrado!

Nesse post quero destacar um aspecto apenas: os vídeos de Skate são responsáveis por construir verdadeiros vídeoclipes "paralelos", que para muitos tornam-se "oficiais". Um exemplo? Darei um clássico: quando ouço "Just Like Heaven" com o Dinosaur Jr, não lembro do clipe oficial (que aliás só soube que existia dia desses), mas sim da parte de Rudy Johnson no antológico Video Days, da Blind. A parte do Rudy Johnson é o meu clipe de "Just Like Heaven", e sei que milhares de outros skaters mundo afora sentem o mesmo.

Caso recente de fundação de clipe paralelo: a parte de Guy Mariano, no vídeo Fully Flared, da Lakai, lançado em 2007. Nessa parte, duas músicas do Band of Horses, "The Funeral" e "Is There A Ghost". As duas músicas têm clipes "oficiais", mas quem se importa? O clipe verdadeiro, que ficará para a posteridade e marcado mais profundamente na memória das pessoas, é a parte de Guy Mariano.

Assista, logo abaixo, o verdadeiro e os oficiais.

O clipe verdadeiro:


"the funeral" (oficial):


"is there a ghost" (oficial):

12 comentários:

  1. excelente!

    o clip de flowers by the door é a abertura do grito!!!

    abraço, dude pinhead

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  2. Porra, como esqueci desse exemplo? Belo adendo, Dude!

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  3. Bem, sobre vídeos de skate avant-garde podemos dizer que o queridinho do momento em hollywood, Spike Jonz, começou fazendo vídeos de... hein... adivinha... Isso mesmo! SKATE!!!!

    Agora sobre esse lance do vídeo de Skate se tornar o vídeo oficial de uma determinada música, porra, os exemplos são milhares!!! Só mais alguns além de Just Like Heaven e da bem lembrada Flowers By The Door.

    Ned's Atomic Dustbin - Grey Cell Green - Mike Carrol (Questionable Video Plan B)

    Firehose - Brave Captain - Sessão do Natas Kaupoas com rockslide na Pick Up (Streets On Fire)

    Sonic Youth - White Cross - Abertura do Streets On Fire

    Sonic Youth - Catholic Block - Animação com massinhas no Streets On Fire

    Steve Miller Band - O SOM DO MULLEN!!! - nesse caso, nem precisa saber o nome da música. Lembro que numa festa da 100% SKATE que a gente discotecou, o Shiguetto subiu no palco chorando e abraçava a gente: "Porra!"!!! Steve Miller Band foi foda!!!" - é claro que ele tava falando da session do Mullen!

    Isso sem falar músicas que nunca tiveram clipes, tipo:

    TODAS DO Sub Society que tocam nos videos da H Street, as músicas da banda do Ron Allen tb nos videos da H Street.
    No "Shakle Me Not" da H Street, 99% das músicas são de bandas brasileiras, e a parte que toca "Meu Bem" do Patifes Band é inesquecível!

    E pra fechar: Alguém consegue imaginar um clipe melhor que a session de Ray Barbee, Chet Thomas, (acho que) Frank Hirata e mais um no video Ban This (?) para o som Weekness do McRad?

    PS Deu um branco e eu to com preguiça de procurar, mas acho que era o Ban This mesmo, né?

    Anyway, o nome do filme eu não lembro, mas a música e as imagens, NINGUÉM JAMAIS VAI ESQUECER!!!


    Demais o post!!!

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  4. Lembrei mais uma que não tem vídeo oficioso, só o oficial no Video Days:

    Miles Davis & John Coltrane - So What - GONZALES the king!!! no Video Days!!!

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  5. Um detalhe sobre SO WHAT do Miles e do Coltrane:

    Nos créditos de Video Days - acredito que por questões de direitos autorais - a música está creditada como "some cool jazz" ou algo assim! hehehe!

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  6. Porra mais um foda!!! MELHOR QUE O CLIPE OFICIAL!!!

    PRIMUS - Tommy, the Cat - Pat Duff (Questionable Video Plan B)

    Bem, tempo depois, em um vídeo da tour da Lost pelo Brasil, além de Tommy, the Cat do Primus, você também pode ver o Pat Duff andando no Museu do Ipiranga ao som de Castration! Double Castration do ästerdon, banda que eu toquei baixo (aliás esse música é de minha autoria), e o Viegas é o vocal - a banda continua, eu que virei caipira!!!

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  7. Lembra do meu post sobre os comentários que complementam o post original? Foi isso que o Ideia fez aqui. Thanx, bro.

    Um adendo: a session ao som de weakness é no Public Domain. Ray Barbee, Steve Saiz, Chet Thomas (uma criança) e Eric Sanderson são os protagonistas do melhor videoclipe que o McRad poderia desejar na vida! Com direção de Stacy Peralta!

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  8. e o crédito acho que era "some damn good jazz"...

    Nessa era de internet, onde tudo é rápido e não deixa rastros, não lembramos nem dos discos que baixamos ontem. Já um crédito de uma música, num vídeo copiado em um vhs surrado em 91, isso a gente lembra. Por que? Porque a gente realmente via, repetidas vezes, o vídeo. Ou a fita k7 com a trilha gravada. Ou o disco do DK emprestado, que rodava o bairro todo. Né, Idea?

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  9. Neds Atomic Dustbin era foda, bem que eles poderiam fazer um show no Brasil!

    Época boa, os vídeos de skate eram a cópia da cópia da cópia!

    Outra clássica do Dinosaur Jr é a parte do Vallely no Speed Freaks da Santa Cruz, devo ter demorado uns 2,3 anos pra conseguir o disco! O vídeo cassete virava vitrola, eu fazia um "gato" com o 3 em 1 e era som na caixa!

    Vocês sabem como funciona esse lance de direitos autorais nos vídeos de skate? Sempre tive essa curiosidade, nos filmes os caras evitam ao máximo usar músicas porque é caríssimo.

    O Kevin Smith poe exemplo disse que boa parte da grana que ele gastou em O Balconista foi para pagar a trilha sonora.

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  10. Fala Luiz,

    um show do NAD no Brasa seria surreal!!! Sonhar não custa, afinal a banda tá tocando de novo...

    Sobre direitos autorais em vídeos de skate: não tenho uma info precisa, mas sei de vários fatos que me fazem concluir que antigamente, nessa fase final dos 80, começo dos 90, ninguém pagava direitos autorais. Ou era na base da conversa com a banda (e pras bandas novas do cenario under isso era - e ainda é - um puta negócio), da conversa com o selo ou simplesmente usavam e não avisavam. Um exemplo que diz respeito ao Brasil é o do Hokus Pokus, que tem bandas brasileiras, e que não foram avisadas sobre a utilizaçao das faixas. Sequer sabiam disso. Digo isso porque sei que o Clemente desconhecia tal fato, e tem Inocentes na trilha.

    Mas imagino, sem ter certeza, que as grandes marcas dos 80, como Powell e Santa Cruz, pagavam pelas trilhas, ou faziam acordos com os selos. O Streets On Fire é quase que inteiramente SST Recs, entao imagino que fechava-se um pacote...

    Já no final dos 90, quando o skate crescia e não dava sinal de que pararia de crescer, a coisa começou a mudar: é sintomático, por exemplo, que o The End, da Birdhouse, tenha "under pressure" (queen/bowie) apenas no vhs, e no dvd já aparece outra musica na sessao do J.Klein e H.Kirchart. Problema de direitos autorais.

    Pula pra 2009: sei de um skatista que queria Iron Maiden na sua parte, mas a marca que o patrocina (marca grande, boa) não teve como pagar a fortuna que a banda queria.

    Acho que hoje o que impera é um misto de conversa/parceria e pagto de uma ou outra faixa que interesse muito pro video, que faça a diferença na produçao.

    Abs

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  11. putz Viegas, eu tinha vários K7s com os sons gravados diretos dos videos, com o barulho das rodinhas!!! Acho que TODO MUNDO dessa fase fez isso, né Luiz?

    E vou dizer que teve muito vídeo de skate que teve o mesmo destino do DK, tipo um mano, gravoua, e depois esse vídeo rodava na mão de uns 40 mulekes. A diferença, é que a gente sempre assistia junto, então não tinha essa de "emprestar sem devolução" como o disco do DK, os vídeos eram para nós de posse coletiva mesma!

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  12. Fita K7 com barulho de rodinha era de lei mesmo!

    Eu cheguei a trocar programas de tv com amigos de sampa. Eu gravava e mandava pelo correio fitas do Vibração Skate/Realce aqui do Rio e recebia em troca vídeos do Grito da Rua!

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