sexta-feira, 16 de março de 2012

NICK HORNBY DE SAIA?




"Você precisa ler esse livro". Foi essa mensagem que encontrei no meu perfil do Facebook dia desses, deixada por uma grande amiga. "A Visita Cruel do Tempo, de Jennifer Egan".

Pois bem, terminei a leitura.

O livro trata, basicamente, da passagem do tempo. Na forma de um romance muito bem elaborado, a autora trabalha com diversas personagens, costurando histórias e alternando narrativas. Isso é a grande marca de estilo do livro: cada capítulo mira numa determinada "pessoa" (ou grupo de pessoas), pulando no tempo e, em especial, mudando o tipo de narrativa. Parece confuso (as vezes quase fica mesmo), mas quando você pega o ritmo, fica tranquilo. Não é, portanto, daqueles livros que você pode começar hoje, ficar três semanas sem ler e então tentar retomar. Aí não vai funcionar. Tem que ler numa "tacada só".

O romance começa e termina em New York, com umas duas décadas de diferença entre o primeiro e último capítulo. Da inocência à realidade, dos sonhos aos remorsos, do "tudo podemos" ao "isso é o que nos resta". Diz muito aos trintões e quarentões, mas dialoga com qualquer idade. São coisas duras para serem lidas/enfrentadas, mas são coisas quase inevitáveis.

A Visita Cruel do Tempo move-se por um universo de cultura pop alternativa, se é que existe esse termo. Bandas de garagem, músicos temperamentais, músicos frustrados, selos fonográficos, empresários, drogas, uma chupeta na balada, citações (muitas citações) a músicas e artistas famosos (NOFX, David Bowie, Hendrix), enfim, toda aquela gama de elementos/situações que também permeia a obra de um outro escritor, o inglês Nick Hornby. Não estou dizendo que o estilo de escrita é semelhante, mas sim que os temas (cultura pop/rock/algo indie) e o "público alvo" (trintões) pagam sim um certo tributo ao Nick Hornby. Motivo pra não ler o livro? Pelo contrário, MOTIVO PRA LER!

Pra finalizar, vale citar que a capa da edição nacional (ed. intrínseca) tem uma bela ilustração do Rafael Coutinho, artista da Choque Cultural e filho do grande Laerte.

Zinismo recomenda!

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